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Interior

Fazenda de advogado do Beira-Mar foi vítima de fogo, diz defesa

Jail Azambuja, que representa Gustavo Battaglin em inquérito, afirma que perícia mostrará causas de incêndio

Por Anahi Zurutuza | 03/07/2024 18:09
Fogo em área de vegetação na região de Corumbá (Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação)
Fogo em área de vegetação na região de Corumbá (Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação)

A Fazenda Astúrias, em Corumbá (MS), que pertence a Luiz Gustavo Battaglin Maciel, advogado que ficou conhecido por ser um dos defensores contratados pelo narcotraficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, foi vítima do fogo no Pantanal e não a culpada. É o que dizem os advogados Jail Benites de Azambuja e Sérgio Henrique Resende Lanzone, que representarão o colega de profissão no inquérito aberto pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) investigar incêndio em 33,2 mil hectares começou na propriedade.

“A defesa de Luiz Gustavo Battaglin Maciel vem esclarecer, a propósito de inquérito civil instaurado pela 2ª Promotoria de Justiça de Corumbá (MS), que não consta, no mencionado inquérito, pelo que a defesa teve acesso até este momento, qualquer acusação ou suspeita de que tenha ocorrido irregularidade jurídico-ambiental na Fazenda Astúrias, em Corumbá/MS, tratando de averiguação preliminar”, diz nota enviada à reportagem.

Os advogados informam ainda que a PMA (Polícia Militar Ambiental) esteve na fazenda e “não obteve êxito em apurar as reais causas, tampouco imputar responsabilidades a possíveis autores do ato infracional ambiental”. Só perícia poderá determinar as causas do incêndio, completa a dupla que defenderá Battaglin.

Jail Azambuja e Sérgio Lanzone lembram que o cliente é um dos 12 investigados pelo MP e reforçam que restará comprovado que a Fazenda Astúrias, na verdade, sofreu danos pelas queimadas descontroladas. “Em áreas próximas verificou-se a ocorrência de queimadas anteriores àquela objeto do procedimento. Tal circunstância confirma o fato de que a Fazenda Astúrias foi vítima de queimadas oriunda de outros locais”.

A nota afirma que funcionários acionaram socorro assim que o fogo atingiu a propriedade. “As autoridades competentes para combater a queimada lograram êxito parcial, vez que na Fazenda Astúrias resultaram danos (queima) em construção e veículos”.

“Dessa forma, a defesa salienta que Luiz Gustavo Battaglin Maciel não é suspeito de ‘incendiar’ ou ‘suspeito de fogo’ em relação à propriedade mencionada, tendo sido aquela fazenda mais uma das vítimas de queimadas oriundas de outros locais”, reitera a nota.

Por meio de imagens de satélite, equipe de tecnologia do MPconseguiu identificar, até agora, 11 fazendas localizadas no Pantanal de Corumbá onde queimadas não autorizadas podem ter originado incêndios intensos, que devastam o bioma já no início do período de seca.

Nesta quarta-feira (3), o órgão oficializou a abertura de inquéritos civis para investigar individualmente os fazendeiros. A área total queimada, conforme a apuração, é de 498 hectares. Se convertida em campos de futebol, ela equivale a cerca de 700.

Imagem de satélite mostra área que pegou fogo em uma das fazendas em 4 de junho deste ano (Foto: MPMS/Reprodução)
Imagem de satélite mostra área que pegou fogo em uma das fazendas em 4 de junho deste ano (Foto: MPMS/Reprodução)

Quais são – A área total queimada, conforme a apuração do MP, é de 43.702,78 hectares – cerca de 40 mil campos de futebol. Veja na tabela:

Arte: Lennon Almeida/Campo Grande News
Arte: Lennon Almeida/Campo Grande News

Os proprietários terão 10 dias úteis para se manifestar ao MPMS sobre as investigações, a partir da data de notificação.

Em todo o Pantanal, já são mais de 700 mil hectares atingidos por incêndios este ano. A área já é próxima da que queimou o ano todo de 2023: cerca de 900 mil hectares. Os dados são do Lasa (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais) da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

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