Catadores fazem protesto em frente ao prédio da Prefeitura
Catadores do lixão de Campo Grande fazem nesta tarde protesto em frente ao prédio da Prefeitura, na esquina da avenida Afonso Pena com a rua 25 de Dezembro. Um dia após o fechamento do local, os trabalhadores estão sem exercer a atividade, já que a estrutura da cooperativa ao lado do aterro sanitário do bairro Dom Antônio Barbosa ainda não foi ficou pronta.
O representante da CG Solurb, Elcio Terra, está a caminho da Prefeitura para conversar com os manifestantes.
Cerca de 100 pessoas protestam e pedem apoio da população, abordando pedestres e os motoristas que estão parados quando o semáforo esta vermelho. Os catadores reforçam que o protesto não é contra o fechamento do lixão, mas sim com a demora em entregar a usina para os trabalhadores.
O catador Rodrigo Leal acusa a empresa e a Prefeitura de “maquiarem” da usina de reciclagem em frente ao lixão para mostrar que o local apresenta condições de receber os trabalhadores. “Não é aquele galpãozinho que vai sustentar tudo isso. Somos mais de 600”, contabiliza.
Entre as várias faixas e cartazes apresentadas no protesto, algumas estão com os dizeres “Nelsinho, mais fácil colocar tropa de choque ou honrar seus compromissos”, criticando o prefeito Nelson Trad Filho, em referência a confusão envolvendo policiais e trabalhadores no fechamento do lixão. Outra faixa pede ajuda do STF (Superior Tribunal Federal) e cita o mensalão.
Membro da comissão do lixo na Câmara de Vereadores, Thiago Verrone foi até o Paço Municipal conversar com os trabalhadores representando o vereador Athayde Nery (PPS).
A defensora pública Olga de Marco entrou com uma ação no Fórum de Campo Grande para poder ser julgada a questão do lixo. O principal argumento é que houve pressa para o encerramento das atividades no lixão, porém não houve a mesma determinação na abertura da usina.
Os catadores esperam que haja um período de seis meses para que possam adaptar a questão. “Não estamos pedindo esmola. Um motorista me ofereceu cinco reais, não quero dinheiro, quero trabalhar”, comentou Leal. “A gente não quer esses seis meses para a gente, mas para a Prefeitura”, completa.
De acordo com o trabalhador, cada catador fatura entre R$ 100 e R$ 140 por dia no lixão.
A Guarda Municipal e a Polícia Militar acompanham o protesto de perto. A Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais) também esteve no local, mas sem os ânimos exaltados, já deixou o local.