Corumbá vê céu ficar vermelho e respira fumaça com novos incêndios no Pantanal
São dois simultâneos na região, sendo que o primeiro começou antes do feriado de Corpus Christi
Dois incêndios atingem o Pantanal de Corumbá neste momento, produzindo uma onda de fumaça que o corumbaense respira pelo menos desde ontem à noite (2), quando o fogo avançou sobre a vegetação de pequenas propriedades localizadas às margens do Rio Paraguai.
As chamas pintaram o céu de vermelho, também na noite de ontem. Dava para ver labaredas altas do Porto Geral, na parte urbanizada de Corumbá. Esse incêndio começou no sábado (1º) e, até a manhã desta segunda-feira (3), ainda estava ativo.
Outro incêndio de maior porte avança desde antes, na véspera do feriado de Corpus Christi (30 de maio). O fogo consume a região do Paraguai Mirim. É uma área remota, de acesso bem mais difícil.
O coronel Ângelo Rabelo, do Instituto Homem Pantaneiro, acompanha ambos. Pelas características, afirma que foram causados pela ação humana.
"Sem dúvidas. Pode ter sido um manejo de fogo nas áreas particulares, ou para abrir pasto, ou para pegar iscas. Saiu do controle", sugere.
Não há informações sobre o tamanho da área afetada até agora. Equipes do Corpo de Bombeiros e brigadistas do instituto tentam combater as chamas, mas o tempo seco e a ventania atrapalham.
O cenário mais otimista é o do incêndio mais recente, que os moradores de Corumbá conseguem ver do porto. "O fogo vai chegar até a margem do Rio Paraguai e, naturalmente, as águas irão apagar", prevê Rabelo.
Quanto ao outro, o coronel vê o trabalho mais difícil e demorado. "O fogo está sem controle, avançando até a fronteira com a Bolívia", fala.
Mais rápido - Ângelo Rabelo avalia que o Pantanal está precisando de novas estratégias para combater os incêndios.
"As imagens são assustadoras. Existe névoa seca, as condições climáticas não são favoráveis, mas isso é consequência de ações humanas irresponsáveis. Precisamos intensificar nossos esforços com campanhas, aplicação de multas, tudo o que possa coibir acidentes como esses", começa.
Outras medidas que ele cita são "rever as medidas administrativas de multas e o plano de prevenção e combate a fogo, para ver se o tempo de resposta [das brigadas] está compatível com as características da região, que tem áreas remotas, de difícil acesso. É preciso ser mais ágil", finaliza.
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