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Meio Ambiente

De novo: mais de 400 peixes precisam ser realocados depois de ‘presos’ na seca

Dois indivíduos morreram em nova operação para salvar animais que ficaram ilhados em trecho do Rio da Prata

Por Gabriela Couto | 03/10/2024 20:00
Equipe buscando peixes para realocar em tanque com oxigênio até serem encaminhados para trecho do rio com água (Foto: Lauro Keslley)
Equipe buscando peixes para realocar em tanque com oxigênio até serem encaminhados para trecho do rio com água (Foto: Lauro Keslley)

Uma operação de guerra foi montada novamente para tentar salvar cerca de 400 peixes que ficaram presos em mais um trecho do Rio da Prata que secou. Durante dois dias equipe do programa Cabeceiras do Pantanal, do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), em parceria com o Ministério Público Estadual (promotoria de Jardim), Polícia Militar Ambiental, Instituto das Águas da Serra da Bodoquena (Iasb), Instituto Amigos do Rio da Prata, Instituto Guarda Mirim de Jardim, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) e proprietários rurais da região retiraram os indivíduos do local. Duas piraputangas não resistiram e morreram.

Batizada como Operação Dourado 2, a ação ocorreu cerca de 1 km acima do ponto onde foi feito o manejo e realocação de peixes, no dia 26 de julho deste ano. Devido à estiagem prolongada, o curso do rio tem secado e os animais acabam ficando ilhados, sem condições de seguir o fluxo. Desta vez o número de peixes era maior e as condições mais difíceis. Foi preciso fazer o suporte de oxigênio para os animais que estavam respirando na ‘flor d'água’, já que havia uma lâmia de centímetros de profundidade em um percurso de mais de 10 km.

As espécies que foram encontradas nessas condições do Rio da Prata foram curimbatá, piraputanga, dourado, cascudo, piau sul, piau e lambari. Na ação feita no começo de agosto havia as espécies dourado, cascudo, curimbatá, piraputanga, piau e piapara.

Animais ficaram ilhados em trecho do Rio da Prata que não tinha água suficiente para animais nadarem (Foto: Lauro Keslley)
Animais ficaram ilhados em trecho do Rio da Prata que não tinha água suficiente para animais nadarem (Foto: Lauro Keslley)

O biólogo no IHP, Sérgio Barreto, coordenador do programa Cabeceiras do Pantanal, explicou que o local onde ocorreu a retirada dos peixes era de difícil acesso e exigiu trabalho de oxigenação prévia para aumentar a capacidade dos peixes em passarem pela relocação. “Pegamos aproximadamente 400 peixes e as condições estavam muito difíceis de relocação. Esse local segue com monitoramento direto da equipe do Instituto Guarda Mirim Ambiental de Jardim. O Ministério Público ainda receberá um relatório de toda a ação”.

Para fazer a transferência de área do rio desses peixes resgatados, os técnicos identificaram uma região do próprio Rio da Prata que está com seu curso d'água melhor regularizado. A relocação ocorreu ao longo de dois dias, por conta do volume de peixes que precisou ser resgatado.

O presidente do IHP, Ângelo Rabelo, reforça que a situação das nascentes é altamente preocupante e exige medidas de mitigação urgentes. “Não é a primeira vez que nessa região ocorre situação como essa. Por conta desse outro registro, temos um alerta que sinaliza a evolução da perda de força e vitalidade do rio, em que pese que temos como ameaça drenos realizados em algumas áreas e outros passivos ambientais que ameaçam nascentes. O problema não está em todo o curso do rio, mas em regiões mais sensíveis. Além disso, esse quadro está também sendo repetido em outros rios. Tudo isso nos mostra que é exigido de todos nós ações mais fortes em torno da proteção de nascentes. Temos que agir para, minimamente, voltar a ter condições de volume de água".

Equipe reunida em ponto que está totalmente seco (Foto: Lauro Keslley)
Equipe reunida em ponto que está totalmente seco (Foto: Lauro Keslley)

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