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Meio Ambiente

Decreto que protegia rio é revogado e conselho alerta para impacto ambiental

Conselho de Recursos Hídricos apontou preocupação e pediu revisão na decisão do prefeito Josmail Rodrigues

Gabriel Neris | 10/04/2021 15:57
Balneário Municipal, um dos principais atrativos turísticos de Bonito, é formado pela água do Rio Formoso (Foto: Divulgação)
Balneário Municipal, um dos principais atrativos turísticos de Bonito, é formado pela água do Rio Formoso (Foto: Divulgação)

O prefeito de Bonito, Josmail Rodrigues (PSB), revogou decreto municipal que declara área de interesse social as margens do Rio Formoso, da nascente até a foz no Rio Miranda, e provocou reação imediata de conselho e ambientalistas sobre o impacto ambiental ao deixar o rio desprotegido.

O decreto 38, de 7 de março de 2018, proibia a “retirada de água em escala mecânica ou por gravidade, bem como desvio para qualquer fim de utilização, inclusive para abastecimento urbano, bem como a formação de lagos artificiais”.

“A revogação permitirá uma degradação de um dos principais rios cênicos da Serra da Bodoquena. Inclusive, a facilitação da captação de água para fins de abastecimento de água para a população bonitense, principalmente em estação seca, cujas sucessivas tentativas para tal vêm acontecendo desde 2018, situação que pode ser resolvida por meio de incentivo de instalação de cisternas para captação da água da chuva pela população, incluindo os proprietários rurais e o trade turístico”, diz trecho de carta do Grupo Unidos pela Serra da Bodoquena direcionada ao prefeito.

O Conselho Estadual de Recursos Hídricos aprovou moção encaminhada ao prefeito apontando preocupação e solicitando revisão na decisão tomada “levando em conta que os recursos hídricos são os principais elementos de potencialidade e atração turística do município”.

O conselho se mostrou surpreso com a medida porque havia um trabalho de cooperação com Estado, município, Ministério Público, produtores rurais e entidades ambientais sobre a necessidade de adotar medidas sustentáveis para garantir os atrativos naturais de Bonito.

“A ideia é aliar a proteção do solo e das águas de Bonito aliada às atividades turísticas e também da vinculação com as atividades dos produtores rurais, de modo que haja proteção ambiental e desenvolvimento sustentável. A revogação desse decreto fragiliza muito esse sistema de governança que tinha se estabelecido em longo prazo para que a gente continue fazendo o desenvolvimento sustentável de Bonito”, diz Jaime Verruck, titular da Semagro (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), e que também preside o Conselho Estadual de Recursos Hídricos.

O Campo Grande News tentou contato com o prefeito de Bonito, mas não houve retorno até a publicação da matéria.

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