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Meio Ambiente

Depois de 'Duro de Matar' e 'Morgado', captura de antas urbanas é retomada

Pesquisadores iniciam 4ª campanha para entender o comportamento da espécie e monitorar sua saúde

Por Gabriela Couto | 01/11/2024 16:57
Anta Luzia, monitorada pela equipe do projeto em outro bioma, saindo de uma armadilha de caixa para captura (Foto: Incab)
Anta Luzia, monitorada pela equipe do projeto em outro bioma, saindo de uma armadilha de caixa para captura (Foto: Incab)

Começou a quarta temporada de captura do projeto Antas Urbanas, em Campo Grande. Até o dia 15 de novembro, pesquisadores da Incab (Iniciativa Nacional para Conservação da Anta Brasileira), projeto do IPÊ (Instituto de Pesquisas Ecológicas) estarão em busca das antas que coexistem com os moradores da Capital.

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O Projeto Antas Urbanas, realizado pela INCAB-IPÊ em Campo Grande, iniciou sua quarta temporada de captura com o objetivo de monitorar a saúde e o comportamento das antas que vivem na cidade. A equipe instala colares de GPS e coleta amostras biológicas dos animais, além de receber relatos de avistamentos da população local. O projeto já capturou dois indivíduos, "Duro de Matar" e "Morgado", que receberam exames e monitoramento. As antas, ameaçadas de extinção, enfrentam diversos riscos em áreas urbanizadas, como colisões veiculares, caça e contato com doenças. A INCAB-IPÊ incentiva a participação da comunidade através de um grupo de WhatsApp para coletar dados sobre os avistamentos e promover a coexistência entre humanos e antas.

O objetivo é fazer a instalação de colares de GPS e coletar amostras biológicas, para assim entender o estado de saúde dos animais que circulam pela cidade, bem como monitorar o comportamento da espécie.

Desde 2021, após vários campo-grandenses relatarem o avistamento de antas, duas armadilhas de caixa foram montadas na região do Parque Estadual Matas do Segredo. "O Projeto Antas Urbanas começou porque víamos frequentemente notícias na imprensa e recebíamos relatos sobre avistamento de antas em Campo Grande. Os locais em que esses avistamentos ocorriam, em alguns casos em regiões centrais da capital, foi o que mais nos chamou a atenção. Além disso, o projeto surgiu para aproximar a população campo-grandense da INCAB, afinal é a cidade onde estamos sediados", afirma a conservacionista e coordenadora da INCAB-IPÊ, Patrícia Medici.

O projeto já capturou dois indivíduos, que foram carinhosamente nominados de “Duro de Matar” e “Morgado”. A primeira é conhecida de muitos leitores do Campo Grande News. Se trata do macho, adulto, com cerca de oito anos, que anda mancando e, por isso, é rapidamente reconhecido por todos.


De acordo com os pesquisadores, ‘Duro de Matar’ possui uma história de luta. Esta anta foi ferida em um cabo de aço de caçadores e, após ter sido encontrada e resgatada, foi tratada no Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres). ‘Duro de Matar’ conseguiu se recuperar, mas as consequências desse grave ferimento, que quase decepou sua perna, ainda estão presentes e por isso ele manca. O macho foi monitorado pela equipe da INCAB-IPÊ por um ano.

A segunda anta capturada foi um macho sub-adulto nomeado de ‘Morgado’. Ambos os animais receberam exame físico geral, microchip de identificação, colar para monitoramento remoto e tiveram seus materiais biológicos coletados.

Também é importante mencionar que essa espécie é ameaçada de extinção por dividir o mesmo espaço com humanos. Dentre elas estão a contaminação por químicos, poluição e lixo; transmissão de doenças para antas expostas a seres humanos e animais domésticos; colisão veicular; caça; e, ataques de cachorros.

Indivíduo que manca, nominado 'Duro de Matar', passando por uma bateria de exames da equipe multidisciplinar (Foto: Incab)
Indivíduo que manca, nominado 'Duro de Matar', passando por uma bateria de exames da equipe multidisciplinar (Foto: Incab)

A anta é o maior mamífero terrestre da América do Sul e, quando se sente contida ou ameaçada, pode atacar, por isso a recomendação dos pesquisadores é manter a distância. Além disso, não é permitido alimentar o animal.

Se você avistar outra pessoa cevando algum indivíduo da espécie, oriente a parar. Caso o animal esteja em um local que apresente riscos para si ou para a população, entre em contato com os órgãos responsáveis como Polícia Militar Ambiental, Cras ou CETAS.

Participe - O Projeto Antas Urbanas também utiliza a ciência cidadã, ou seja, a participação de moradores locais para a coleta de dados. Por meio de um grupo no WhatsApp, a equipe de pesquisadores recebe relatos de avistamentos pela cidade e assim vai construindo um banco de dados sobre as andanças do maior mamífero terrestre da América do Sul em Campo Grande. Para relatar seu avistamento para a INCAB-IPÊ basta entrar = em contato pelo WhatsApp (67-9-9189-7817) ou pelas redes sociais (@incab.brasil).

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