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Meio Ambiente

Descoberta em MS, espécie tem reprodução inédita no Bioparque Pantanal

Tetra de cauda vermelha foi o primeiro a se reproduzir logo após ser introduzido no complexo

Adriel Mattos | 09/05/2022 08:05
O Tetra de cauda vermelha veio do rio Corrientes e será objeto de estudo de especialistas. (Fotos: Bruno Rezende/Subcom-MS)
O Tetra de cauda vermelha veio do rio Corrientes e será objeto de estudo de especialistas. (Fotos: Bruno Rezende/Subcom-MS)

O tetra de cauda vermelha, uma espécie de peixe, foi descoberto há pouco mais de dois anos em um afluente do Rio Corrientes, entre os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Ele foi introduzido no Bioparque Pantanal e, para surpresa de todos, registrou uma inédita reprodução.

Segundo o biólogo e curador do Bioparque, Heriberto Gimenes Junior, essa espécie de lambari tem um potencial ornamental muito grande e foi a primeira a ser reproduzida dentro do complexo, no tanque Veredas, o primeiro tanque a ser habitado por peixes desde a inauguração do espaço, em março deste ano.

Um dos fatores que levou a reprodução foi o estresse provocado pelo transporte até o local. “Quando as matrizes estão prontas para reprodução, principalmente esse gênero de lambari, algum estresse pode provocar a reprodução, então provavelmente essa transferência provocou esse estresse neles e quando chegaram aqui, desovaram”, explicou o curador, que ainda citou outros fatores que também podem ter contribuído para o nascimento de filhotes, como a mudança de temperatura e parâmetros da água.

Por ser uma espécie nova, pouco se sabe sobre ela, que será objeto de estudo por especialistas. De acordo com o curador do complexo, aproximadamente 150 filhotes nasceram nessa remessa. “Macho e fêmea liberaram os gametas e os ovos aderem em folhas ou paredes do tanque, dependendo da temperatura, demoram de um a dois dias para eclodir.”

Entre as principais características da espécie, estão o tamanho, que pode variar entre 5 a 13 centímetros, e a cor do corpo, que pode variar do prateado ao verde oliváceo. Já as nadadeiras podem ser da cor laranja ou vermelha.

Heriberto conta que essa espécie de lambari tem um potencial ornamental muito grande.
Heriberto conta que essa espécie de lambari tem um potencial ornamental muito grande.

Relevância – Apesar de já existir há milhares de anos, sua descoberta tem um grande valor para a ciência. Para Heriberto, a reprodução do Tetra de cauda vermelha em um aquário contribui para sua preservação.

“Ela veio de um lugar restrito, um rio que sofre muito impacto com relação à cana, soja e o gado. A tendência é que esse rio sofra muito com o desmatamento e, provavelmente, quando o rio é prejudicado, as espécies que ali estão, também são prejudicadas, pois perdem a proteção e a mata ciliar”, explicou.

Um problema também enfrentado pela degradação do ambiente é a falta de alimento e qualidade da água, que prejudicam os diferentes animais do ambiente.

O biólogo destacou que a principal função de um aquário é a preservação, sendo assim, a reprodução acontecer dentro dele é um ganho importante para a ciência. “Será possível entender como eles reproduzem, quantos filhotes nascem, qual o ciclo, quanto tempo demora para eclodir o ovo, quanto tempo demora para o filhote chegar na fase adulta. Isso pode vir a se tornar uma política de conservação para preservação da espécie”, concluiu.

Outras reproduções – Filhotes de outras sete espécies nasceram no Bioparque Pantanal e ajudam a fortalecer o povoamento do espaço, que recebe visitas diárias.

É o caso do ciclídio africano, no tanque que representa o continente africano; raibowfih, tanque Lagoa Australiana; joaninha, tanque Terras Alagadas; lambari, tanque Baía (parte externa); ciclídio anão, tanque Planície de Inundação Seca; severo, tanque América – Amazônia Submersa e acará bandido, no tanque América (Amazônia submersa).

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