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Meio Ambiente

Dias mais longos têm 'data contada' e vão diminuindo até o outono

O professor de Geografia da UFGD, Charlei, explicou que as estações são marcadas por solstícios e equinócios

Por Gabriel de Matos | 01/02/2024 07:10
Pôr do sol registrado na Avenida Afonso Pena em dezembro (Foto: Juliano Almeida)
Pôr do sol registrado na Avenida Afonso Pena em dezembro (Foto: Juliano Almeida)

Já reparou? Os dias e noites ao longo do ano têm duração diferente conforme a estação. No momento, estamos na estação do verão a caminho do outono. Assim, conforme explica o professor doutor em Geografia da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), o tempo que a luz solar incide no hemisfério sul vai ficando mais curto até a estação da primavera.

Nascido em Rio Claro, interior de São Paulo, ele atua na área de climatologia, análise e planejamento ambiental e turismo de natureza. Charlei é formado na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Em entrevista, o professor destacou conceitos fundamentais para entendermos o porquê de os dias serem mais longos ou curtos.

Ele explicou primeiramente o que são solstícios e equinócios. "São dois fenômenos astronômicos, no caso do planeta Terra, solstícios e equinócios indicam em que momento está a translação (movimento da Terra em torno do Sol) e consequentemente as estações do ano", disse Charlei.

Existem dois solstícios, o de verão e o de inverno. A translação da terra ao redor do Sol é no formato de elipse (versão alongada de um círculo). Com isso, em dois momentos do ano, a Terra atinge o ponto máximo. Esse momento é o solstício. No calendário, é marcado pelo começo do inverno e do verão. Confira a figura:

Figura ilustrativa sobre o movimento de translação da Terra (Arte: Starwalk) 
Figura ilustrativa sobre o movimento de translação da Terra (Arte: Starwalk)

A Terra não está em um ângulo reto para o Sol. Ela é inclinada 23º26' (vinte e três graus e vinte e seis minutos). O professor esclarece que isso interfere no quanto de energia solar chega ao planeta, consequentemente nas estações do ano, regime de chuva e temperatura.

Neste momento, dia 31 de janeiro, a Terra está entre o solstício de dezembro e o equinócio de março. "A cada três meses temos uma estação do ano, se o solstício marca o inverno e o verão, os equinócios marcam a primavera e o outono", justifica Charlei.

Os últimos solstícios da Terra foram em 21 de dezembro de 2023, às 23h27 (de MS). No dia seguinte, o sol nasceu às 5h56 e se pôs às 19h17 em horários aproximados. Assim, o dia durou cerca de 13 horas e 20 minutos. Já no dia 31 de janeiro, o nascer do sol foi às 6h22 e o pôr será às 6h22 com o tempo de luz do sol durando 12 horas 59 minutos.

Charlei reforçou que os dias vão diminuindo o tempo até o momento do equinócio de outono no mês de março, quando o dia e a noite terão a mesma duração. Daí em diante, até o inverno, os dias vão ficando mais curtos. "O outono e a primavera são estações de transição, entre a maior e menor incidência solar".

Foto registrada no dia 21 de junho, começo do inverno de 2023, que foi o dia mais curto do ano (Foto: Henrique Kawaminami)
Foto registrada no dia 21 de junho, começo do inverno de 2023, que foi o dia mais curto do ano (Foto: Henrique Kawaminami)

O professor complementa que as pessoas da sociedade moderna às vezes não reparam ao longo do ano as variações no nascer e pôr do sol. Mesmo assim, há marcações no calendário que usamos das estações do ano.

Os povos tradicionais tinham uma marcação, em todas as sociedades, a ocorrência do solstício marcava ciclos de agricultura. Para a sociedade moderna eles marcam as mudanças das estações do ano", finaliza.

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