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Artes

Documentário, que faz denúncias sobre Pantanal, concorre a Oscar Verde

Filme denuncia impactos ambientais e sociais e reforça a urgência da preservação

Por Inara Silva | 28/07/2025 15:46
Documentário, que faz denúncias sobre Pantanal, concorre a Oscar Verde
Heideger Nascimento e Luciana Leite durante lançamento do filme (Foto: EJF)

O documentário Pantanal, produzido pela ONG EJF (Environmental Justice Foundation), foi indicado ao Panda Awards, conhecido como o “Oscar Verde”. . A obra concorre na categoria Impacto e acompanha a atuação dos ambientalistas brasileiros Heideger Nascimento e Luciana Leite no combate aos incêndios registrados no bioma entre 2020 e 2024.

RESUMO

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O documentário "Pantanal", produzido pela ONG Environmental Justice Foundation, foi indicado ao Panda Awards, premiação conhecida como "Oscar Verde". A obra, uma coprodução Brasil-Reino Unido, retrata o trabalho dos ambientalistas brasileiros Heideger Nascimento e Luciana Leite no combate aos incêndios no bioma entre 2020 e 2024. O filme aborda temas como os impactos ambientais sobre povos indígenas e comunidades ribeirinhas, além de questionar práticas do agronegócio na região. Com exibições já realizadas em Campo Grande, Brasília e Cambridge, o documentário busca conscientizar o público internacional sobre a importância da preservação do Pantanal.

Realizado em coprodução Brasil e Reino Unido, o filme concorre com outras duas produções estrangeiras: “Reino dos Peixes” – episódio 1: “O Poder da Água”, da Suécia, e “Oceanos”, com narração de David Attenborough, do Reino Unido. A cerimônia de premiação está prevista para 22 de outubro, em Bristol, na Inglaterra.

Pesquisas e exibições

Segundo Heideger Nascimento, a pesquisa começou em 2020 com o registro das imagens a fim de entender o fenômeno que atingia a região. As filmagens com a intenção de gerar também o documentário iniciaram em 2022 e terminaram em 2024, ano em que foi  lançado.

Pantanal” já foi apresentado em  três sessões públicas em Campo Grande, no Ministério Público de Mato Grosso, na Embaixada da França, em Brasília e na cidade de  Cambridge, na Inglaterra. Por conta dos festivais, a obra ainda não está disponível em outras plataformas.

Nascimento destaca que o principal objetivo é levar o tema para cada vez mais pessoas e a visibilidade internacional ajuda a ampliar o alcance das informações:

“O Pantanal é o ambiente mais didático sobre como todos os ambientes estão interligados. Então, inserir o Pantanal no imaginário do público internacional nos possibilita trazer discussões mais precisas e também porque precisamos proteger antes que desapareça”, afirma o ambientalista.

Temas e debates 

Além das paisagens, o filme destaca os efeitos dos danos ambientais sobre povos indígenas e comunidades ribeirinhas. A narrativa inclui depoimentos de cientistas, ativistas e lideranças indígenas.

Nascimento conta que dois temas chamam a atenção do público durante os debates:

“A questão dos povos indígenas pois, para o nosso espanto, até mesmo as pessoas dos estados que contém o Pantanal desconhecem a relação dos territórios indígenas e a proteção tanto do Pantanal quanto do Cerrado e a questão do fogo, que é sempre uma pauta muito triste e impactante, mas que toca absolutamente a todos. Mesmo aqueles que discordam de alguns pontos apresentados no filme (o que é ótimo também), quando o assunto é fogo. Todos ficam muito sensibilizados e procuram achar um meio de contribuir localmente”, acrescenta o pesquisador.

Documentário, que faz denúncias sobre Pantanal, concorre a Oscar Verde
Filme mostra a divisa entre uma fazenda (à esquerda) e uma aldeia (à direita) em MS (Foto: reprodução)

Denúncias e críticas 

O ambientalista ressalta que o filme foi produzido tentando evitar focar em um único aspecto do Pantanal. “Pois do contrário estaríamos sendo irresponsáveis com todas as camadas que se intercalam e causam - em conjunto - o cenário que é mostrado”, afirmou.

Um dos temas de atenção é a relação do agronegócio com a região, diferenciando "Agrobusiness" sustentável de "Ogrobusiness" que causa danos ambientais. O filme incentiva o mercado internacional a priorizar empresas com práticas ambientais responsáveis e a coibir a aquisição de produtos de locais com violações ambientais e de direitos humanos, pois os impactos no Pantanal afetam o mundo todo.