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Meio Ambiente

Em alta temporada, Rio da Prata volta a ficar turvo e impede mergulhos

Verão é estação com maior demanda de turistas na região e preocupação é com demora em clarear

Danielle Valentim | 04/01/2019 10:37
Situação do último dia 2 de dezembro, quando mergulhos foram cancelados. (Foto: Instituto Amigos do Rio da Prata)
Situação do último dia 2 de dezembro, quando mergulhos foram cancelados. (Foto: Instituto Amigos do Rio da Prata)
Situação do Rio da prata, no balneário de Jardim, com as águas turvas após chuvarada em novembro. (Foto: Divulgação)
Situação do Rio da prata, no balneário de Jardim, com as águas turvas após chuvarada em novembro. (Foto: Divulgação)

A cidade de Bonito, conhecida internacionalmente pelas águas cristalinas, é uma das regiões mais procuradas do País nesta época do ano. No entanto, os rios da região tem ficado turvos por mais tempo que o normal. No Rio da Prata, por exemplo, o escurecimento é comum logo depois das chuvas, mas a preocupação é com a demora no clareamento.

Pela internet, o Instituto Amigos do Rio da Prata atualiza, diariamente, a situação do rio em diferentes pontos. No último dia 2, imagens do Balneário Santuário do Prata, Recanto Ecológico Rio da Prata e Jardim Ecopark mostraram as águas turvas, nos tons marrons.

Ainda na última quarta-feira, uma publicação confirmou o cancelamento do mergulho com cilindro no Recanto Ecológico Rio da Prata. “O solo exposto dos drenos na região dos banhados causou rápido turvamento das águas, o que impede a realização das atividades de mergulho com cilindro (sic)”.

Vale ressaltar que os passeios de flutuação no atrativo começam na parte no rio Olho D'Água (em torno de 2.000 m), que permanece cristalino devido a sua preservação, mas a parte final do passeio, com cerca de 600 metros, acontece no rio da Prata.

Nesta manhã, imagens confirmam que o nível da água ainda está alto, mas começa a clarear. (Foto: Instituto Amigos do Rio da Prata)
Nesta manhã, imagens confirmam que o nível da água ainda está alto, mas começa a clarear. (Foto: Instituto Amigos do Rio da Prata)

Os administradores ressaltam que sem proteção nos banhados a "sujeira" será o retrato da região durante o verão. “A estação é a melhor temporada de demanda de visitantes, porém, com o rio da Prata nessas condições, muitos atrativos vão ter prejuízos(sic)”.

Nesta manhã, imagens confirmam que o nível da água ainda está alto, mas começa a clarear. Segundo monitoramento realizado pelo atrativo Jardim Ecopark, o tempo para o retorno da cristalinidade tem alcançado três dias.

Mas de onde vem a sujeira? Além do reflexo natural das chuvas, a origem da sujidade dos rios parte de outros dois grandes problemas: a quantidade de terra arrastada de estradas vicinais por enxurradas até as nascentes e leitos e a troca da atividade de lavoura por pecuária por parte de fazendeiros da região.

Risco de sumir – No último dia 10 de dezembro de 2018, dados assustadores sobre a “saúde” do Rio da Prata foram mostrados durante audiência pública que aconteceu na Câmara Municipal de Bonito.

Um dos pontos principais listados durante o evento foi a diminuição de 2 mil hectares – nos últimos 34 anos - de área úmida que funciona como uma espécie de rim, um filtro natural que mantém a pureza da água do manancial foi listada.

Em um dos painéis, o promotor de Justiça, Alexandre Stuqui Junior, fez o alerta: “se a situação continuar como está, o Rio da Prata morre em 10 anos”. O rio, que foi tomado por lama após chuvarada em novembro, chega a ter 10 metros de visibilidade. No entanto, conforme monitoramento divulgado pelo promotor é possível ter visão de até 4 metros de profundidade em flutuação.

A lama que tomou conta do Rio da Prata cedeu de duas fazendas. O Formoso também exibiu águas turvas. Os fazendeiros foram notificados pelo Imasul (Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul).

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