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Meio Ambiente

Governo decide segurar cota zero após ouvir pescadores e ribeirinhos

Notícia de que decreto seria publicado dia 1º gerou pânico entre pescadores, afirma titular da Semagro

Bruna Kaspary e Bruna Pasche | 30/01/2019 12:01
Secretariado  Jaime Verruck (segundo à esquerda) se reuniu com os representantes dos grupos (Foto: Henrique Kawaminami)
Secretariado Jaime Verruck (segundo à esquerda) se reuniu com os representantes dos grupos (Foto: Henrique Kawaminami)

Em reunião com pescadores, ribeirinhos e representantes de turistas, o governo estadual garantiu que ainda não vai publicar decreto que restringe a pesca amadora nos rios de Mato Grosso do Sul. A expectativa era de que a nova regulamentação fosse publicada no Diário Oficial na próxima sexta-feira (1º), para validade a partir de fevereiro.

De acordo com o responsável pela Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), Jaime Verruck, avalia que a notícia da publicação assustou os pescadores sem necessidade. “O texto ainda não está pronto, não seria publicado agora de qualquer forma, mas foi bom eles virem aqui, porque nos alertaram de coisas que não sabíamos e ninguém melhor que eles para nos ajudar nos estudos de impacto”, explica.

O secretário garantiu que vai ser feito um estudo específico sobre o que foi pontuado e até sexta-feira será elaborada uma minuta que deve ser apresentada para os representantes até a próxima semana.

Hoje cedo, grupo de mais de 200 pessoas foi até a Governadoria protestar e em seguida foi chamado para conversar com representantes do Estado em reunião no Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo.

Preocupados com a decisão, o grupo falou do impacto que o decreto pode gerar nas comunidades pequenas. “O governador compara o que vai acontecer em Corumbá com o que aconteceu na Argentina, mas nós não temos a mesma estrutura que Corumbá, lá são empresários, e nós somos todos comerciantes”, contrapõe a professora Jaqueline Santos.

Ela mora em Águas de Miranda, distrito de Bonito, e afirma que a comunidade não tem outra forma de renda senão o turismo de pesca. “Para quem eu vou dar aula quando acabar com a pesca? As famílias não vão ter de onde tirar o sustento”, questiona.

Valdemar Ortiz, de 48 anos, mora em Santa Catarina, mas vem ao Estado há pelo menos dez anos para pescar, e garante que a economia gira em torno da pesca esportiva. “Quando eu comecei a vir aqui, as casas dos ribeirinhos eram de pau a pique, agora é tudo de alvenaria lá”, comenta.

Para o grupo a reunião foi positiva, principalmente, porque conseguiram pontuar os principais problemas que afetarão as comunidades que vivem do turismo de pesca, avaliou Eduardo Pereira, representante dos pescadores durante o encontro desta manhã.

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