ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
JANEIRO, SEGUNDA  27    CAMPO GRANDE 31º

Meio Ambiente

Governo prepara reuniões mensais para enfrentar a seca crítica no Pantanal

Encontros terão objetivo de acompanhar de perto a evolução da situação e implementar ações de prevenção

Por Gabriela Couto | 26/01/2025 11:19
Governo prepara reuniões mensais para enfrentar a seca crítica no Pantanal
Imagem aérea de pasto queimado contrasta com a seca dos alagados nos incêndios florestais de 2024 (Foto: Gustavo Figueiroa)

O Brasil se prepara para enfrentar uma nova temporada de seca em 2025, com especial atenção para o Pantanal e a Amazônia. Após a confirmação de uma seca crítica no bioma pantaneiro, o governo federal está adotando medidas para mitigar os impactos ambientais e promover a recuperação da região.

RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

O Pantanal enfrenta uma seca crítica em 2025, levando o governo federal a adotar medidas para mitigar os impactos. Reuniões mensais serão realizadas entre órgãos governamentais, especialistas e sociedade civil para monitorar a situação e coordenar estratégias. A seca, agravada por fenômenos climáticos como o La Niña, traz preocupações sobre a navegabilidade, incêndios florestais e o colapso ecológico do bioma. O governo busca ações preventivas, como a criação de brigadas regionais e locais de combate a incêndios, e discute medidas mais rigorosas para proprietários de terras que reincidirem em queimadas.

Uma das principais ações será a realização de reuniões mensais entre diversos órgãos do governo, especialistas e representantes da sociedade civil, para monitorar a situação e coordenar estratégias de enfrentamento.

De acordo com integrantes da Esplanada, os dados sobre a seca ainda são preliminares e não permitem uma projeção precisa para o ano todo. Contudo, o cenário para os primeiros meses de 2025 é preocupante, especialmente no Pantanal, onde os índices pluviométricos estão abaixo da média e a temporada de águas atrasou.

A situação já é considerada crítica em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, estados que compõem o bioma, com a possibilidade de dificuldade de navegabilidade nas bacias hidrográficas da região.

O aumento de secas consecutivas nos últimos dois anos, aliado a fenômenos climáticos como o La Niña, que traz chuvas fracas, elevam a preocupação sobre o impacto ambiental. Embora o El Niño não seja esperado para este ano, a ausência de chuvas suficientes pode agravar ainda mais a crise hídrica e o risco de incêndios florestais, como o que ocorreu em 2024, quando o Pantanal registrou um número recorde de queimadas, atingindo 2,6 milhões de hectares, cerca de 17% da área total do bioma.

Reuniões mensais - O Ministério do Meio Ambiente organizou uma reunião em 24 de janeiro com a participação de representantes da Casa Civil, Ibama, Inpe, ANA, entre outros órgãos, para discutir as medidas a serem tomadas frente à seca.

A partir dessa reunião, foi definida a realização de encontros mensais, com o objetivo de acompanhar de perto a evolução da situação e implementar ações de prevenção e resposta. A ideia é que essas reuniões sirvam como espaços para avaliar os danos, planejar ações emergenciais e garantir que as políticas públicas sejam eficazes.

Governo prepara reuniões mensais para enfrentar a seca crítica no Pantanal
Bombeiros enfileirados fazem linha de fogo contra foto no Pantanal (Foto: Arquivo)

“Nosso objetivo é garantir que todas as áreas afetadas sejam atendidas de forma coordenada e eficiente, especialmente o Pantanal, que já enfrenta uma crise de seca crítica”, afirmou Marina Silva, ministra do Meio Ambiente.

A ideia é envolver não apenas as esferas governamentais, mas também as comunidades locais, como os indígenas e os pecuaristas, que têm um papel fundamental na conservação do bioma.

Além disso, o Comitê de Manejo Integrado do Fogo (Comif) está trabalhando na regulamentação de medidas preventivas mais rigorosas para evitar novos incêndios florestais.

Uma das propostas em discussão é o incentivo à criação de brigadas regionais e locais, compostas por moradores e funcionários de fazendas, com o objetivo de melhorar a resposta a focos de incêndio e a prevenção durante a temporada de seca.

Impactos - O ano de 2024 foi marcado pelo aumento significativo da temperatura global e pela intensificação da seca no Brasil, sendo considerado o ano mais quente da história. O Pantanal, que já enfrentava dificuldades devido ao acúmulo de duas temporadas consecutivas de seca, viu seus incêndios avançarem em uma velocidade alarmante, com números que quase triplicaram em relação a 2023.

Marina Silva alertou que, se as condições climáticas atuais se mantiverem, o Pantanal pode enfrentar um colapso ecológico, com a possibilidade de desaparecimento do bioma até o final deste século.

A situação exige não apenas ações imediatas, mas também uma reavaliação profunda das políticas públicas de gestão ambiental e de combate a queimadas, além de investimentos em tecnologias para o monitoramento em tempo real das condições climáticas.

Prevenção - O governo está em constante articulação para ampliar a capacidade de resposta aos incêndios, com a contratação de novos helicópteros e brigadistas, e o aumento de sua capacidade operacional.

O Comif também estuda ampliar as punições para proprietários de terras que reincidirem em queimadas, criando um sistema mais rigoroso de responsabilização. “Precisamos agir de forma preventiva, com o apoio de todos, do governo federal aos proprietários de terras, para evitar que a crise de incêndios se repita em 2025”, afirmou André Lima, secretário de combate ao desmatamento.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.


Nos siga no Google Notícias