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Meio Ambiente

Lideranças ressaltam a importância das vozes indígenas na COP30

Proteção aos biomas brasileiros e reforma agrária são as principais pautas

Por Inara Silva | 10/11/2025 17:53


RESUMO

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A COP30, realizada em Belém (PA), destaca a importância das vozes indígenas no debate climático global. Val Eloy Terena, liderança do povo Terena e cofundadora da ANMIGA, enfatiza o papel crucial dos povos originários na preservação da biodiversidade e na luta contra as mudanças climáticas. Ela representa o bioma Pantanal e leva à conferência as demandas das comunidades sul-mato-grossenses, como a demarcação de terras e a proteção contra queimadas. A participação indígena na COP30 é histórica, com cerca de três mil representantes de povos originários presentes. A Aldeia COP, montada na Universidade Federal do Pará, promove debates sobre justiça climática e protagonismo feminino. O Círculo dos Povos, espaço exclusivo na Zona Verde, reforça a articulação entre indígenas, comunidades tradicionais e afrodescendentes, destacando a necessidade de ações conjuntas para a preservação do planeta.


A presença indígena na COP30 (30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), em Belém (PA), marca um momento histórico de protagonismo e escuta. Para Val Eloy Terena, liderança do povo Terena, a participação dos povos originários é essencial para o futuro do planeta. “Sem os povos indígenas não há vida e não há floresta em pé. Somos nós que cuidamos e preservamos a biodiversidade do mundo”, afirma.

Natural de Mato Grosso do Sul, Val é cofundadora da ANMIGA (Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade) e defensora dos direitos dos povos indígenas, das mulheres e do meio ambiente. Na conferência, ela representa o bioma Pantanal e leva à pauta global as vozes dos povos sul-mato-grossenses, como os Terena e os Guató, que convivem há anos com os impactos das queimadas e das mudanças climáticas.

“Estar na COP30 é ecoar as vozes das comunidades que vivem e protegem o Pantanal. Queremos que os líderes mundiais olhem para os nossos biomas e reconheçam nosso papel na preservação da vida”, destaca.

Val também é idealizadora do projeto Semeador do Bem Viver, vencedor do Prêmio Chico Vive 2025 no bioma Pantanal. A iniciativa promove educação ambiental, reflorestamento e protagonismo indígena nas aldeias Terena, unindo saberes tradicionais e práticas sustentáveis para recuperar nascentes e fortalecer a gestão comunitária do território.

Mulheres indígenas - Integrando a delegação brasileira na COP30, Val participa de painéis sobre justiça climática, conservação dos biomas e direitos dos povos originários. Para ela, o evento simboliza a força das mulheres indígenas e o início de um novo ciclo.

“As mulheres indígenas têm ocupado os espaços de decisão e levado consigo a força dos biomas, das aldeias e das nossas ancestrais. Essa COP é sobre escuta, reconhecimento e ação conjunta pelo planeta”, conclui.

Durante a conferência, Val Eloy Terena participa de painéis e encontros bilaterais sobre justiça climática, preservação dos biomas e protagonismo das mulheres indígenas.

“As mulheres indígenas têm ocupado os espaços de decisão e levado consigo a força dos biomas, das aldeias e das histórias que nos formam. Essa COP marca um novo ciclo de escuta e de ação conjunta”, afirma Val.

Pautas - Segundo ela, a principal pauta que os povos de Mato Grosso do Sul levarão à COP30 é a demarcação de terras. “Não tem como falar de educação, saúde ou clima se não tivermos nossos territórios demarcados”, destaca.

A deputada federal Célia Xakriabá (PSOL-MG), também integrante da ANMIGA, reforça a importância da presença indígena na conferência. “Cuidamos das florestas, do Cerrado e do Pantanal. Queremos sair na carta final da COP30 levando a demarcação de terras como solução climática”, afirmou em seu perfil nas redes sociais.

Lideranças ressaltam a importância das vozes indígenas na COP30
Deputada federal Indigena, Celia Xakriabá, participa da COP30 (Foto de Aline Massuca/COP30)

Aldeia COP - O espaço montado na Universidade Federal do Pará, batizado de Aldeia COP, contará com locais específicos para mulheres indígenas, como a Casa Ancestral e as Guardiãs do Clima, onde serão realizadas rodas de conversa e debates sobre justiça climática, biodiversidade e protagonismo feminino.

Círculo dos Povos - A COP30 promete ser a conferência do clima com a maior participação indígena da história. O governo brasileiro estima a presença de cerca de três mil representantes de povos originários de todo o mundo, sendo mil deles nas negociações oficiais. Para fortalecer essa participação, foi criado o Círculo dos Povos, espaço exclusivo na Zona Verde do evento.

O local é voltado à escuta e articulação de indígenas, comunidades tradicionais e afrodescendentes e foi organizado por quatro ministérios: o MPI (Ministério dos Povos Indígenas), o Ministério da Igualdade Racial, o MMA (Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima) e o MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar).

Em Mato Grosso do Sul, os preparativos envolveram oficinas e debates realizados pelo Ciclo COParente, que levou informações sobre mudanças climáticas e sobre a conferência até as aldeias Terena e Guarani-Kaiowá, com a participação de representantes Guató e Kadiwéu. A iniciativa também fortaleceu a comunicação indígena por meio de boletins de rádio nas línguas nativas. “Produzimos conteúdos nas nossas línguas como forma de mobilização e fortalecimento das lideranças”, afirma Val Eloy Terena.

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