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Meio Ambiente

Municípios aderem a programa piloto e descarbonização tem "marco inicial"

Dos já cadastrados, nove municípios possuem classificação "E" na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas

Por Kamila Alcântara e Fernanda Palheta | 28/11/2024 08:08
Porto Índio, no Pantanal de Mato Grosso do Sul, queimando em setembro (Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros de MS/Arquivo)
Porto Índio, no Pantanal de Mato Grosso do Sul, queimando em setembro (Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros de MS/Arquivo)

Apresentado até em eventos internacionais, o Roadmap Território Carbono Neutro iniciou os cadastros dos municípios sul-mato-grossenses para o diagnóstico do grau de ações que precisam ser feitas para mitigação dos efeitos das mudanças climáticas. Na escala de "A" a "E", das 13 cidades já disponíveis no painel, nove estão na última colocação.

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O Roadmap Território Carbono Neutro, iniciado em 2023, visa diagnosticar as ações necessárias para mitigar os efeitos das mudanças climáticas nos municípios de Mato Grosso do Sul. Avaliando 13 cidades, a maioria obteve classificação "E", indicando a necessidade urgente de implementar 38 ações em curto, médio e longo prazo. Apesar das dificuldades, 47% dos municípios demonstram governança ativa e 50% possuem um ambiente de negócios favorável para práticas sustentáveis. A metodologia foi divulgada em eventos internacionais, destacando a importância de parcerias para a implementação das ações necessárias.

Essa avaliação leva em consideração seis eixos para pontuação: mudanças climáticas, governança, gestão territorial, capacidade financeira, capacidade administrativa e ambiente de negócios. Há 38 ações que precisam ser executadas a curto, médio e longo prazo. Quanto mais pontos feitos, melhor a classificação do município na meta de descarbonização.

Anastácio, Aquidauana, Bodoquena, Corguinho, Corumbá, Ladário, Miranda, Porto Murtinho e Rio Verde de Mato Grosso são os que mais precisam trabalhar nessas ações, pois possuem classificação "E". Bonito, Rio Negro e Sonora são considerados "D" e apenas Coxim está no "C". Outros municípios já aderiram ao programa, totalizando 45, mas os dados para avaliação ainda estão sendo gerados e logo vão estar disponíveis no painel virtual.

Segundo adiantou o Sebrae/MS, parceiro da Semadesc (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), no desenvolvimento da ferramenta, apenas 2,4% dos municípios alcançaram a letra “B”. Isso mostra que, agora, as gestões têm a oportunidade de elencar ações e receber suporte para se desenvolverem na temática da sustentabilidade.

Classificação que já está disponível no painel virtual do Roadmap (Imagem: Reprodução)
Classificação que já está disponível no painel virtual do Roadmap (Imagem: Reprodução)

"Era um resultado esperado, porque para alguns municípios, principalmente os menores, a agenda climática parece algo muito distante e nós estamos levando a conscientização. É um programa piloto, iniciado no final de 2023 e que começou a ser implementado este ano, então, a gente tá fazendo todo um processo de construção da metodologia", explica Vitor Faria, analista técnico do Sebrae/MS.

Mesmo com tantas "notas vermelhas", os envolvidos nesse processo enxergam pontos positivos. Conforme avaliado, 47% dos municípios possuem uma governança ativa e interesse em agir em prol da sustentabilidade. Além disso, o diagnóstico também expõe que 50% das cidades possuem um ambiente de negócios favorável, ou seja, há uma receptividade por parte dos empreendedores locais em implementar medidas sustentáveis, tanto na operação do negócio quanto no oferecimento de produtos e serviços.

“Adotamos a estratégia de apresentar a metodologia em diversos eventos nacionais e internacionais para mostrar a importância dessa ferramenta e identificar potenciais investidores e parceiros. Sabemos que os municípios são limitados em recursos, então a viabilização de parcerias é importante para podermos alavancar a implementação das ações com mais facilidade, atingindo um resultado muito maior”, completou Vitor.

Visibilidade internacional - A metodologia foi apresentada duas vezes na Conferência de Mudanças Climáticas da ONU (Organização das Nações Unidas), a COP29 no Azerbaijão. Em 2024, a ferramenta também foi apresentada no King’s Brazil Institute, em Londres, na Inglaterra; e no Congresso Mundial de Cidades Inteligentes (Smart City Expo World Congress), em Barcelona, na Espanha.

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