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Meio Ambiente

Na 1ª semana de outubro, MS já registra o triplo de queimadas e mantém alerta

Há focos de calor registrados na região do Nabileque, em Corumbá e na terra indígena Kadiwéu, em Murtinho

Por Silvia Frias | 06/10/2023 11:42
Focos de calor foram detectados na Região do Nabileque, ontem (Foto: Álvaro Rezende)
Focos de calor foram detectados na Região do Nabileque, ontem (Foto: Álvaro Rezende)

Mato Grosso do Sul já registra 159 focos de incêndio logo nos primeiros dias de outubro, o triplo do registrado em igual período de setembro. Sob alerta, o Corpo de Bombeiros reforçou equipes de monitoramento nos municípios de Corumbá, Aquidauana, Miranda e Coxim.

Dos atuais 159 focos, registrados de 1º a 6 de outubro, conforme dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisa Espacial), 82 foram detectados no Cerrado, 75 no Pantanal e 2 na Mata Atlântica. Os municípios com maiores registros de calor são Porto Murtinho (112) e Corumbá (28). Em igual período de setembro, foram 53 focos.

Ontem, foram detectados pontos de calor na Região do Nabileque e há combate sendo realizado na Terra Indígena Kadiwéu, em Porto Murtinho.

“Todo o Mato Grosso do Sul tem condições climáticas e de estiagem que são preocupantes. Porém, o bioma Pantanal requer uma atenção maior. Por isso, nós reforçamos as guarnições em pontos mais críticos”, explicou a tenente-coronel Tatiane Inoue, chefe do CPA (Centro de Proteção Ambiental), que faz o monitoramento do Estado.

Combate às chamas em Bonito, em setembro, quando fogo consumiu 712 hectares (Foto/Corpo de Bombeiros)
Combate às chamas em Bonito, em setembro, quando fogo consumiu 712 hectares (Foto/Corpo de Bombeiros)

Em Porto Murtinho, a maior parte dos focos está sendo registrada na Terra Indígena Kadiwéu, área de 539 mil hectares e de difícil acesso. Lá, o combate está sendo feito, desde quarta-feira (4) por brigadistas, indígenas treinados para o trabalho, com apoio do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e do PrevFogo. O Corpo de Bombeiros também monitora a área. ]

Hoje, a maior parte do fogo foi debelada e está concentrada perto da Aldeia Alves de Barros. Segundo o coordenador do PrevFogo, Márcio Yule amanhã será dia crítico e espera que a previsão de chuva auxilie no trabalho das equipes.

A preocupação se mantém por conta das altas temperaturas registradas no Estado. Há previsão de chuva a partir de amanhã (7), com chuva, queda de granizo e ventos de 70 km/h. Porém, ainda há perspectiva de mais calor. Em Corumbá, por exemplo, mantém-se o calor e chuva, com variação de 37ºC a 42ºC.

Área queimada em Bonito foi demarcada em amarelo no mapa (Mapa/Fundação Neotrópica do Brasil)
Área queimada em Bonito foi demarcada em amarelo no mapa (Mapa/Fundação Neotrópica do Brasil)

Combate - Em quase três meses em alerta – período que teve início no dia 17 de julho –, o Corpo de Bombeiros de MS enviou equipes para combate em 8 grandes incêndios florestais em Mato Grosso do Sul. Destes, sete foram em diferentes regiões do Pantanal e um em Bonito, o último, registrado em setembro, quando foram queimados 712 hectares.

O CPA do Corpo de Bombeiros funciona em Campo Grande e é o responsável por monitorar os focos e direcionar as guarnições para os pontos mais sensíveis em que há necessidade de atuação dos bombeiros. O monitoramento é feito pelo Sistema de Comando do Incidente em Campo Grande, com imagens de satélite que são analisadas 24h por dia. Assim é possível fazer o acompanhamento em caso de aparecimento e evolução dos focos de calor.

“Hoje estamos com duas guarnições atuando no combate a incêndio e monitoramento na região de amortização do Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro”, explicou a tenente-coronel Tatiane.

Os bombeiros também monitoram a região do Nabileque – que teve um foco de incêndio ontem, o local já sofreu com o fogo no início de outubro –, e a terra indígena Kadiwéu.

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