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Meio Ambiente

No 1° dia de inverno, fogo no Pantanal ultrapassa ano de queimadas históricas

De janeiro a junho de 2020 ocorreram 2.414 focos de incêndio; no mesmo período deste ano foram 2.628 focos

Por Izabela Cavalcanti | 21/06/2024 11:29
Bombeiro militar próximo ao fogo, na noite de quinta-feira, em Corumbá (Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros Militar de MS)
Bombeiro militar próximo ao fogo, na noite de quinta-feira, em Corumbá (Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros Militar de MS)

No primeiro dia de inverno, que começa nesta sexta-feira (21 de junho), as queimadas no Pantanal já ultrapassaram o índice registrado em 2020, ano em que o bioma foi devastado pelo fogo.

Segundo o Programa BDQueimadas, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), de 1° de janeiro a 21 de junho daquele ano, foram registrados 2.414 focos de incêndio, enquanto que no mesmo período deste ano foram 2.628, 8,8% a mais.

Em Mato Grosso do Sul são 1.875 contra 1.920; enquanto em Mato Grosso, 539 contra 708 focos no período.

Dados apresentados pelo Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de MS), com base em informações da Lasa (Laboratório de Aplicações de Satélite) e do Inpe mostram que até 16 de junho, o fogo já consumiu 338.675 hectares do Pantanal em Mato Grosso do Sul, área que equivale a 313,5 mil campos de futebol. Somente na região da Serra do Amolar foram 114,97 mil hectares.

(Arte: Barbara Campiteli)
(Arte: Barbara Campiteli)

Se comparar no acumulado de 12 meses, foram 9.071 focos, sendo 4.607 em Mato Grosso e 4.464 em Mato Grosso do Sul.

Até então, 2020 foi o ano em que o Pantanal mais tinha sofrido com as queimadas, as chamas ganharam força a partir de julho, com 1.684 focos, e em dezembro chegou a 8.909 incêndios do lado de Mato Grosso do Sul. Contando com os dois estados, em 2020 foram registrados 22.116 focos, de acordo com o Inpe.

Por outro lado, o Pantanal também enfrenta escassez da chuva. No Rio Miranda, por exemplo, está com 121 centímetros, considerado estiagem, segundo a Sala de Situação do Imasul (Instituto Estadual de Meio Ambiente).

O Pantanal caminha para o quinto ano sem cheia. Conforme o Ministério do Meio Ambiente, os valores mensais de 2024 medidos em Ladário, onde fica a principal régua do Rio Paraguai (o principal do Pantanal), foram os menores da série histórica, segundo dados da Marinha do Brasil.

O bioma é casa de mais de 3.500 espécies de plantas, 300 espécies de peixes, 41 espécies de anfíbios, 177 espécies de répteis, 600 espécies de pássaros e mais de 150 espécies de mamíferos.

Inverno – O inverno começará pontualmente às 16h51min desta sexta-feira em Mato Grosso do Sul. As temperaturas devem ficar mais elevadas.

Após períodos de calor intenso e chuvas escassas, o que se pode esperar da estação mais fria do ano em 2024 são temperaturas e precipitação acima da média histórica, avisa o Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima do Estado).

A estiagem é uma característica do inverno em grande parte do Brasil, porém, a previsão é que ela fique ainda mais intensa em todo o Estado. Inclusive no Pantanal, que novamente é castigado por incêndios florestais e já enfrenta o pior junho dos últimos 22 anos por causa do fogo.

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