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Meio Ambiente

Pouca chuva e previsão de seca deixam 20 municípios com maior risco de incêndio

Período de estiagem que acontece, normalmente, em junho, deve ocorrer já a partir de março

Por Izabela Cavalcanti | 21/02/2024 12:57
Combate ao incêndio na Serra do Amolar, no íncio de fevereiro (Foto: Divulgação/Portal MS)
Combate ao incêndio na Serra do Amolar, no íncio de fevereiro (Foto: Divulgação/Portal MS)

Para este ano já é esperado período de bastante seca no Pantanal sul-mato-grossense. O nível do Rio Paraguai já evidencia o cenário e caminha para a pior seca dos últimos 124 anos.

Há quase três meses todo o Estado está com pouco registro de chuva. No último levantamento feito pelo Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul), de 1° a 15 de fevereiro, dos 46 municípios analisados, apenas 1 registrou chuva acima da média (Porto Murtinho); e 45 abaixo.

Conforme análise meteorológica apresentada no 1º Seminário de Prevenção aos Incêndios Florestais de Mato Grosso do Sul, nesta quarta-feira (21), diante dessas situações, 20 municípios do Estado estão em estado de atenção com maior probabilidade de fogo até abril. Já sobre a tendência de focos de calor compreende quase os mesmos municípios.

Estão na lista: Jardim, Caracol, Sonora, Rio Negro, Rochedo, Cassilândia, Rochedo, Aparecida do Taboado, Selvíria, Chapadão do Sul, Santa Rita do Pardo, Brasilândia, Ribas do Rio Pardo, Água Clara, Nova Alvorada do Sul, Brasilândia, Dois Irmãos do Buriti, Nioaque, Iguatemi e Mundo Novo.

Mapa mostra previsão de probabilidade de fogo por municípios até abril (Foto: Divulgação/Cemtec)
Mapa mostra previsão de probabilidade de fogo por municípios até abril (Foto: Divulgação/Cemtec)

“Isso está muito ligado a falta de chuvas que a gente tem observado em dezembro, janeiro e metade de fevereiro. Isso faz com que a tendência dos focos de calor seja de aumento. Agora no período chuvoso era para estar acumulando água no solo ou o Pantanal alegando, como não teve alagamento, a tendência é que essa biomassa que está disponível para queimar, seque mais rápido”, explicou o meteorologista Vinícius Sperling, do Cemtec.

Nível do rio – De acordo com o boletim diário da Sala de Situação do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) o Rio Paraguai, em Porto Esperança, está com 4 centímetros, sendo considerado estiagem. Em Ladário foi medido 73 centímetros. A cota de estiagem é de 52 para baixo.

O boletim do Serviço Geológico do Brasil mostra que em 1964, em Ladário, o rio atingiu nível mínimo de 61 centímetros. O menor registro desde a série histórica que começou em 1900.

Segundo o presidente do Comitê do Fogo de MS, tenente coronel do Corpo de Bombeiros Militar, Leonardo Congro, a situação é preocupante.

“Este ano nós tivemos alguns prognósticos já prevendo uma situação de muita seca. Ladário é a bacia do Alto Paraguai e ela está numa marcação histórica bem baixa, está equivalente a um dado que aconteceu há 124 anos. Esse volume de água muito baixo já é um alerta importante que precisamos investigar um pouco mais para ver se vai se confirmar situações extremas de seca ao longo do ano”, explicou.

Ainda de acordo com ele, o efetivo está preparado e se aperfeiçoando para as condições climáticas. Além do seminário, um dos planejamentos é orientar donos de propriedades rurais sobre o combate ao fogo.

No começo do mês a PMA (Polícia Militar Ambiental) identificou e multou fazendeiro em R$ 9,6 milhões por queimada que atingiu a região da Serra do Amolar. Tratou-se exatamente de queima de resíduos que saiu do controle.

“A primeira fase é a de prevenção, nós vamos diretamente fazer um corpo a corpo com a propriedade rural, com a comunidade rural e também com todas as áreas que estão no seu entorno para levantar a necessidade de uma conduta preventiva adequada, uma conduta que realmente seja mais resiliente a essa questão”, completou.

Feito isso, a segunda fase compreende se preparar para o período crítico da estiagem que, normalmente, ocorre a partir de junho, mas que há indícios de antecipação.

“Temos percebido que há uma possibilidade dessa estiagem ser antecipada por causa desses eventos extremos de mudanças climáticas. Há uma possibilidade disso já estar de forma acentuada para o período de março”, finalizou.

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