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Meio Ambiente

Queimadas despencam em julho, mas especialista alerta que seca continua

Mesmo diante da menor área afetada em sete anos, coordenador vê risco de incêndios no segundo semestre

Por Viviane Oliveira | 21/08/2025 12:07
Queimadas despencam em julho, mas especialista alerta que seca continua
Porto Esperança, comunidade tradicional ribeirinha localizada às margens do Rio Paraguai, no distrito de mesmo nome, em Corumbá (Foto: Silas Ismael - WWF-Brasil)

O mês de julho de 2025 registrou 748 mil hectares queimados no território brasileiro, uma redução de 40% em relação ao mesmo período de 2024, ano que mais pegou fogo. É a menor área atingida pelo fogo em julho desde 2019, início da série histórica do Monitor do Fogo, do MapBiomas.

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Queimadas no Brasil caem 40% em julho de 2025, atingindo 748 mil hectares, menor índice desde 2019, segundo o MapBiomas. Pantanal, úmido após fortes chuvas, apresenta menor área queimada em comparação a 2024. Especialistas alertam para risco de incêndios com a chegada do período de seca, entre agosto e outubro. A vegetação acumulada durante as chuvas pode servir de combustível para o fogo. Apesar da baixa incidência de focos até julho, atenção redobrada é necessária, principalmente com atividades humanas que possam gerar incêndios.

No Pantanal, que enfrentou uma das secas mais intensas de sua história em 2024, o alerta permanece. Segundo Eduardo Rosa, coordenador da equipe Pantanal do MapBiomas Fogo, desde dezembro do ano passado, fortes chuvas aumentaram a umidade do bioma, especialmente nas regiões de Cáceres, em Mato Grosso, e do planalto de Campo Grande, enchendo o Rio Paraguai e suas vazantes.

A preocupação agora é com o período seco, que vai de agosto a outubro. “Estamos entrando em agosto e o bioma começa a secar. Este ano, o Rio Paraguai, em Ladário, atingiu 3,33 metros, sem transbordar, mas mantendo o bioma mais cheio do que no ano passado. A chuva esperada agora é apenas para o final do ano. De agosto em diante, o rio vai enfrentar a época seca. Precisamos ficar atentos aos focos de incêndio, porque a vegetação acumulada após seis meses de muita água no bioma funciona como combustível”, explica Rosa.

Até julho, os focos pontuais de queimada no Pantanal atingiram 1.270 hectares, distribuídos pelo bioma, área pequena se comparada ao ano passado. “É preciso atenção redobrada, principalmente com manejo de pastagem, queima de lixo e fogueiras perto dos rios. Qualquer fogo pode se transformar em incêndio incontrolável”, alerta o especialista.

O pesquisador ressalta que, mesmo com brigadas e bombeiros atuando em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, altas temperaturas e ventos fortes aumentam o risco, tornando essencial a contenção imediata de qualquer foco de incêndio. “Nos anos de 2020 e 2024, vimos como as condições climáticas podem tornar o incêndio catastrófico. Precisamos ficar atentos para que isso não se repita”, conclui.

O Pantanal foi o bioma proporcionalmente mais afetado pelo fogo no Brasil em 2024, segundo a primeira edição do RAF (Relatório Anual do Fogo), divulgado pelo MapBiomas em junho. Somente no último ano, a área queimada na região aumentou 157% em comparação à média histórica, atingindo principalmente vegetação nativa nas margens do Rio Paraguai. Desde 1985, 62% do território pantaneiro já queimou ao menos uma vez.

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