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Meio Ambiente

Seca derruba nível de água na Lagoa Itatiaia e espanta animais

Lixo deixado por quem frequenta o local e pescaria agravam situação, segundo moradores do entorno

Caroline Maldonado e Bruna Marques | 05/08/2021 09:19
Nível de água baixou ainda mais durante estiagem deste ano, e prainha aumentou. (Foto: Henrique Kawaminami)
Nível de água baixou ainda mais durante estiagem deste ano, e prainha aumentou. (Foto: Henrique Kawaminami)

O nível de água nunca esteve tão baixo na Lagoa Itatiaia, no Bairro Tiradentes, na percepção de moradores da região. A situação é resultado da falta de chuva significativa na Capital, que já passa de um mês e meio. Desta vez, o nível está mais baixo do que durante a estiagem, em outubro do ano passado, e nem tem previsão de chuva nos próximos 15 dias, de acordo com o Climatempo.  No entanto, não é só isso que preocupa os moradores do entorno da lagoa.

Quem frequenta o local, já está acostumado com a seca e sabe que só a chuva pode trazer a água de volta. O que mais incomoda, é o lixo deixado pelas pessoas e a pescaria, segundo o pintor Anatalino Francisco Lopes, de 52 anos, que conhece a lagoa há mais de 20 anos. Os animais, que são um atrativo a parte, também estão sumindo.

Pintor Anatalino Francisco Lopes, de 52 anos, que reclama de sujeira deixada pelas pessoas no entorno da lagoa. (Foto: Henrique Kawaminami)
Pintor Anatalino Francisco Lopes, de 52 anos, que reclama de sujeira deixada pelas pessoas no entorno da lagoa. (Foto: Henrique Kawaminami)

“Era limpinha, o pessoal tomava banho. Antigamente, era proibido pescar, porque tinha muito peixe e o pessoal vinha tratar os peixes, alimentar. Agora, o pessoal está o dia todo pescando. Isso é um descaso, porque isso aqui é o cartão postal de Campo Grande. A prefeitura tinha que preservar”, comenta o pintor.

O monumento de peixe, que já foi encoberto pela água, agora tem uma prainha em volta, que está mais extensa em relação ao final do ano passado, na época da seca.

Do lar, Maria Lúcia de Lima Nunes, de 63 anos, mora na região há 20 anos, caminha todos os dias ao redor da lagoa e já se acostumou com o sobe e desce do nível de água.

“Não estou achando tão baixo, porque no ano passado ficou assim também, ficamos até com dó. E até lixo jogavam, porque estava muito baixo. Em todo lugar está assim, até no Pantanal”, relata, conformada com a situação. Ela lembra que, pelo menos, três jacarés viviam no local, mas já desapareceram com o nível de água baixo.

Estrutura danificada e lixo deixado próximo a lagoa irritam quem frequenta o local para caminhadas. (Foto: Henrique Kawaminami)
Estrutura danificada e lixo deixado próximo a lagoa irritam quem frequenta o local para caminhadas. (Foto: Henrique Kawaminami)

Todos os dias, a aposentada Marta Lima Teixeira da Silva, 73 anos, caminha ao redor da lagoa. “É comum ficar assim, mas quando chove, a lagoa fica linda. Tinha patinhos e garças, mas com o frio, estão escondidos. O pessoal que vem de outros bairros, no fim de semana, é que faz bagunça, joga lixo e acaba poluindo a lagoa”, reclama a moradora, que está há 10 anos na região.

Equipes da prefeitura fazem limpeza ao redor da lagoa periodicamente, segundo a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos). Os lixos são recolhidos a cada 30 ou 45 dias.

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