ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram Campo Grande News no TikTok Campo Grande News no Youtube
JUNHO, DOMINGO  01    CAMPO GRANDE 18º

Meio Ambiente

Verruck aponta integração público-privada como chave para sustentabilidade em MS

Secretário destaca investimentos em celulose, transformação de pastagens degradadas e potencial do biometano

Por Jhefferson Gamarra | 30/05/2025 16:28
Verruck aponta integração público-privada como chave para sustentabilidade em MS
Secretário Jaime Verruck, titular da Semadesc durante discurso em Fórum de Bonito (Foto: Reprodução)

O Fórum Lide COP 30, aberto nesta sexta-feira (30), reuniu autoridades, empresários e especialistas para discutir os desafios da sustentabilidade no Brasil e no mundo. Um dos principais destaques foi a fala do secretário Jaime Verruck, titular da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) que destacou a importância da integração entre o setor público e o privado, além da necessidade de consolidar políticas públicas claras e efetivas para viabilizar investimentos e alavancar a economia verde no Mato Grosso do Sul.

RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

Secretário de MS defende parceria público-privada para economia verde Jaime Verruck, titular da Semadesc, participou do Fórum Lide COP 30 e ressaltou a importância da integração entre os setores público e privado para o desenvolvimento sustentável. Ele defendeu políticas públicas claras para atrair investimentos e impulsionar a economia verde no Mato Grosso do Sul, com foco na segurança alimentar e energética. Verruck destacou o papel fundamental da indústria na concretização dessas metas. O secretário criticou a politização do licenciamento ambiental, defendendo-o como processo técnico essencial para a segurança jurídica e atração de investimentos. Ele citou o projeto da Arauco, de US$ 4,6 bilhões, como exemplo de governança eficiente. Verruck também mencionou a conversão de pastagens degradadas em áreas produtivas, o crescimento do setor de celulose e biometano, e o uso de políticas fiscais para incentivar a sustentabilidade. O secretário finalizou destacando o potencial do Brasil na COP 30, em Belém, para apresentar suas práticas sustentáveis ao mundo.

Segundo Verruck, a segurança alimentar e a tensão energética formam a base das discussões sobre sustentabilidade, e o papel da indústria é essencial para colocar essas questões em prática. “Se você perguntar quantos consomem só a soja e quantos não consomem, verá que tudo vem da indústria que tem a capacidade real de atuar nesse processo”, pontuou, chamando atenção para a força do setor produtivo como elo entre demandas globais e ações locais.

Um dos pontos centrais do discurso do secretário foi o licenciamento ambiental. Ele criticou a visão de que licenciamento seria uma decisão política, reforçando que se trata de uma questão técnica e que, quando bem gerido, garante segurança jurídica e atrai investimentos. “O que falta ao Brasil não é lei ambiental, mas governança. Temos um conjunto enorme de normas, mas não conseguimos transformá-las em governança efetiva. O SISNAMA, por exemplo, mostra conflitos diários entre município, estado e IBAMA, criando insegurança jurídica”, destacou.

O secretário mencionou a meta do estado de garantir licenciamento rápido para investimentos estratégicos, como o projeto de US$ 4,6 bilhões da Arauco, que será instalado no Mato Grosso do Sul. “Isso é governança e gestão: transformar as demandas do setor privado em ações viáveis, sem entraves e garantindo mitigação e compensação dos impactos ambientais, como a lei já prevê”, completou.

A fala do secretário também detalhou como o Mato Grosso do Sul está transformando áreas degradadas em produção sustentável. Nos últimos dez anos, 5 milhões de hectares de pastagens degradadas foram convertidos em agricultura, florestas e outras culturas. Essa estratégia faz parte do plano de tornar o estado carbono neutro, combinando ganhos econômicos e ambientais.

Nesse contexto, Verruck destacou que o setor de celulose tem sido o carro-chefe dessa transformação. Ele lembrou que só em 2025 foram anunciados US$ 4,6 bilhões pela Arauco,  e também um novo aporte de US$ 4 bilhões para duplicação da fábrica da Eldorado durante evento em Nova York. “A demanda global é de uma fábrica por ano, e nós já garantimos as últimas três. Estamos garantindo as próximas três também”, frisou.

Além da celulose, Verruck ressaltou a diversificação da base produtiva, apontando o avanço do biometano como outra frente importante. “Já temos duas grandes produtoras no sul do estado, e o setor de carnes está descarbonizando sua cadeia produtiva com o biometano. Estamos caminhando rapidamente nesses três setores”, afirmou, reforçando a meta de consolidar o Mato Grosso do Sul como referência global em bioenergia, proteína animal e florestas.

Para garantir competitividade no médio e longo prazo, o governo estadual tem utilizado políticas fiscais, como créditos acumulados, para estimular novos aportes e reduzir custos. Verruck enfatizou que a gestão fiscal é parte fundamental da estratégia de sustentabilidade, ao lado da tecnologia e da integração entre as secretarias estaduais.

Por fim, o secretário destacou o potencial do Brasil de apresentar suas boas práticas na COP 30, que será realizada em Belém. “A COP não vai terminar em Belém, nem começar ali. Essa é a COP da implementação. Temos que mostrar que o Brasil já faz muito. Muitas vezes falamos para nós mesmos e não mostramos ao mundo. Agora é a hora de consolidar tudo isso no cenário global”, afirmou.

Nos siga no Google Notícias