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Meio Ambiente

Vítima do fogo no Pantanal, tuiuiú tinha 3 meses e ensaiava primeiros voos

Bioma tem sofrido com incêndios criminosos, que foram alvos de ações da PF

Por Aline dos Santos | 21/10/2024 09:48


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Um tuiuiú de três meses, que sobreviveu à queda de seu ninho durante um grande incêndio no Pantanal, morreu de estresse após ser resgatado. Os brigadistas salvaram os três filhotes, mas um deles não resistiu ao trauma do incêndio. Os outros dois filhotes foram levados para um centro de reabilitação em Campo Grande, onde recebem tratamento por suas feridas e trauma. A tragédia destaca o impacto devastador dos incêndios criminosos no Pantanal, que têm sido impulsionados por grilagem de terras e abertura de pastagens. As operações da Polícia Federal investigam fazendeiros da "alta sociedade" de Corumbá por incêndios e desmatamento, enquanto os animais e o bioma sofrem as consequências da destruição.

Vítima do fogo no Pantanal, o tuiuiú que morreu após a queda do ninho durante grande incêndio na Serra do Amolar, região bela e remota do bioma na divisa de Corumbá com Mato Grosso, tinha três meses de vida e já ensaiava os primeiros voos.

Contudo, após sobreviver à queda e às chamas que devoraram a árvore, fruto de esforço dos brigadistas para preservar o ninho onde estavam os três filhotes, a ave não resistiu ao estresse.

Dos três irmãos, ele parecia estar em melhores condições. De acordo com o IHP (Instituto Homem Pantaneiro), visualmente ele era o mais forte. Contudo, sucumbiu ao estresse provocado pelo grande incêndio que se aproximava, o fato de ter que sair do ninho, o deslocamento.

Sobre os pais dos filhotes, os médicos-veterinários informaram que não foi possível precisar o paradeiro. Entretanto, eles podem ter se afastado para buscar comida. Fato é que o ninho estava cercado por muito fogo.

Os tuiuiús que sobreviveram chegaram na tarde de domingo (20) ao Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), em Campo Grande. Um dos filhotes teve fratura na asa, pois foi atingido por galho na queda.

Na última sexta-feira (18), com o avanço das chamas, numa abrupta mudança da direção do vento, o ninho que era o lar das aves foi atingido. Os primeiros socorros foram prestados por brigadista do PrevFogo e da Brigada Alto Pantanal, com apoio a distância de médicas-veterinárias do IHP.

Os filhotes foram levados para a base localizada na RPPN Acurizal (Reserva Particular do Patrimônio Natural), ainda na Serra do Amolar. No sábado, os filhotes foram levados para a cidade de Corumbá no helicóptero do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). O transporte aéreo foi uma tentativa de reduzir o estresse das aves, pois a jornada pelas águas do Rio Paraguai seria de 6h30 de viagem. Mas um dos animais não resistiu.

Os sobreviventes vão passar por readaptação e ainda não tem previsão de quando poderão retornar à natureza. Os animais recebem tratamento, mas estão a quase 500 km de casa: o Pantanal, bioma que desde 2020 tem se tornado terra arrasada pelo fogo criminoso.

Prometeu e Arraial de São João – Duas operações da PF (Polícia Federal) apontam que parte dos incêndios que varrem o Pantanal tem origem criminosa: grilagem de terra da União, uso do fogo para abrir pasto e ganhar dinheiro.

Aos demais, restam só os prejuízos. Como a fumaça que encobriu MS e nos maltratou a saúde neste ano, a destruição do verde e a dor dos animais, que morrem nas chamas ou precisam de tratamento quando escapam do fogo.

No dia 20 de setembro, a PF deflagrou a Prometeu para investigar fazendeiros da “alta sociedade” de Corumbá por incêndio, desmatamento e grilagem de terra pública.

Em 10 de outubro, a segunda operação foi a campo após perícia da Polícia Federal identificar que aproximadamente 30 mil hectares do bioma Pantanal foram queimados por ação dos investigados.

A catástrofe ganhou grande repercussão no final de semana do Arraial São João, tradicional festa junina de Corumbá, revelando imagens impactantes enquanto a margem do Rio Paraguai ardia em chamas.

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