Existe anticoncepcional para cães, mas o risco do uso é de assustar
Parece inofensivo, mas não é: o que há por trás do uso dos hormônios que cortam o cio? Saiba tudo

Muita gente não sabe, mas existe anticoncepcional para cães. E embora pareça uma alternativa prática para evitar o cio, essa solução rápida está longe de ser inofensiva. O uso dessas injeções pode aumentar, e muito, o risco de infecções graves e o aparecimento de doenças como o câncer de mama. Quem explica isso é o veterinário Antonio Defanti Júnior.
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O uso de anticoncepcionais em cães, embora pareça uma solução prática e econômica, apresenta riscos significativos à saúde dos animais. Segundo o veterinário Antonio Defanti Júnior, esses medicamentos podem causar infecções graves e aumentar as chances de desenvolvimento de câncer de mama. Os contraceptivos, compostos por progesterona sintética, podem provocar diversos efeitos colaterais, como ganho de peso, diabetes e problemas de pele. A castração cirúrgica continua sendo a opção mais segura, reduzindo em até 90% o risco de câncer de mama quando realizada antes dos dois anos de idade do animal.
“Não são recomendados por nós médicos veterinários atualmente, justamente pelos efeitos colaterais importantes, especialmente quando usados repetidamente. A injeção anticoncepcional só deveria ser usada em casos muito específicos, e sob forte acompanhamento veterinário, porque é uma solução aparentemente prática, mas com alto risco a médio e longo prazo", explica.
Mas afinal por que as pessoas compram se existe a castração? Antonio explica que é pelo custo. As injeções são mais baratas, mas ele ressalta que nada paga os efeitos colaterais quando a cadela não precisa dos hormônios.
"Existe casos em que sim é usado, geralmente quando a paciente tiver alguma alteração fisiológica não compatível com a Anestesia x cirurgia. Existe também um medicamento novo no Brasil, que provoca uma "castração" química temporária de 6 meses. Essa é segura, uma inovação na Medicina Veterinária. Lembrando, que deve ser realizada por um medico veterinário capacitado".
Os medicamentos, geralmente feitos à base de progesterona sintética, (como o acetato de medroxiprogesterona ou a algestona acetofenida), agem bloqueando o ciclo reprodutivo da fêmea. O problema é que, junto com o cio, eles acabam alterando o equilíbrio natural do organismo.
As injeções têm efeito prolongado, e uma vez aplicadas, não há como reverter os hormônios já liberados no corpo.
Entre os efeitos colaterais mais observados estão ganho de peso, cansaço, alterações de apetite, problemas de pele, queda de pelos e até diabetes induzida por hormônio. Segundo Antonio, as cadelas jovens têm mais chances de desenvolver alterações hormonais precoces e tumores mamários no futuro.
"As Adultas e Idosas tem o risco maior de infecção uterina, alterações metabólicas e diabetes, pois o útero e o próprio metabolismo já estão mais sensíveis ao estímulo hormonal. Em fêmeas com mais de 6/7 anos, a aplicação é considerada altamente arriscada".
De acordo com o veterinário da clínica Bourgelat, a opção mais segura e definitiva continua sendo a castração cirúrgica, que além de prevenir a piometra (infecção grave no útero) reduz em até 90% o risco de câncer de mama quando feita antes dos dois anos de idade.
Para contextualizar, a doença pode ser fatal se não for tratada a tempo. Em muitos casos, o tutor só percebe quando a cadela já está muito debilitada. Estudos indicam que até 25% das cadelas não castradas podem desenvolver piometra em algum momento da vida.
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