Sem "menopausa": cio em gatas e cadelas não acaba com a idade
Veterinário explica se período reprodutivo persiste mesmo depois da velhice de cães e gatos fêmeas

Muita gente acha que o cio em gatas e cadelas acaba com a idade, mas não, elas não têm “menopausa”. Cadelas e gatas continuam entrando no cio ao longo da vida inteira, mesmo já idosas. Aqui não importa se os bichinhos são castrados ou não, se tiverem os ovários, elas vão continuar a ter. É o que o médico veterinário Antônio Defanti Júnior explica.
Na hora da castração, o recomendado é que o tutor tire os ovários, mas há quem deixe eles paradinhos lá. Se você tem um cão ou gata idosa em casa, talvez já tenha notado alguns comportamentos, no mínimo, curiosos, e até se perguntado: será que ela ainda entra no cio? “Será que isso é cio?”
Como já citado, os bichinhos continuam a ter cio. O que muda é a frequência e a intensidade dos sinais, que tendem a diminuir com o tempo.
Antônio explica que o cio das cadelas tem duas fases principais: o proestro e o estro. O proestro é quando começa o sangramento, aquela fase em que os machos já se interessam, mas a fêmea ainda costuma rejeitar eles.
“O cio em cadelas ocorre, em média, a cada 6 meses. Durante o proestro, elas têm pequenos sangramentos por 9 dias. Nessa fase, elas ficam mais amorosas e presentes. No estro, elas ficam por mais 9. Aqui é quando ela aceita o macho e a ovulação está acontecendo. O cio completo leva em torno de 18 dias.”
Só que, apesar dessas fases bem marcadas, a natureza não é uma regra exata: tem fêmea que aceita o macho já no proestro, tem ciclo que dura mais ou menos. O veterinário da clínica Bourgelat ainda ira a dúvida que sempre pega os tutores sobre os filhotes terem mais de um pai.
“Apesar de não ser uma regra, pode ter mais de um pai? Pode sim! Pois as cadelas ovulam por 9 dias e, se tiver contato neste período com mais de 1 macho, pode acontecer.”
Matheus Rondon é tutor da Nina, de 13 anos. Ele conta que, apesar de ela não ser castrada, o comportamento dela durante o período do cio é tranquilo.
“Nunca castrei ela porque ela sempre demonstrou vontade de ser mãezinha, mas nunca achei cachorro do porte dela ou menor. Eu adotei um gato para ela não ficar tão sozinha e ter companhia.”
Ele comenta que o máximo dos sinais que ela dá que está no cio é tentar cruzar com uma almofada.“Ela é bem ativa, sai pra passear com os amigos de carro, passeia de moto comigo, brinca de morder e com o gato também. Ela quase não dá sinais de cio, às vezes ela 'pega' uma almofada.”
E no caso das gatas?
Aqui, o cio é bem diferente. Primeiro, não tem sangramento. E segundo, o ciclo é mais curto e mais frequente. O proestro nelas dura só dois dias, com mudanças comportamentais leves. Nessa fase elas ficam mais carinhosas e se esfregam mais.
"O primeiro cio de uma gata acontece quando ela atinge a puberdade, entre os 5 e 10 meses de idade. Essa fase reprodutiva dos gatos, também chamado de ciclo estral geralmente dura de 2 a 5 dias e, a menos que ela engravide. Aí pode vir a ter vários cios com intervalos de 2 a 3 semanas".
Já no estro, que é a fase fértil, os sinais ficam mais evidentes: miados altos, postura característica e agitação. “A fase de cios perpetua, independente da idade, claro que com a idade avançada, a tendência é ir diminuindo. As fêmeas castradas, quando se não tem ovário, quando foram retirados na castração, não entram mais no cio”.
É muito comum tutores acharem que, por o animal não sair de casa, o cio não vai ser um problema, mas acredite, é. O veterinário completa que, mesmo sem contato com machos, o cio afeta o comportamento, o apetite e o sono dos bichinhos.
“O fato de não passear pode trazer alterações comportamentais, que acabam interferindo no fisiológico também.”
Sempre importante lembrar que a castração de cães e gatos reduz o risco de doenças graves, como câncer de mama, infecções uterinas (piometra) nas fêmeas e problemas na próstata nos machos; pode diminui comportamentos indesejados, como fugas, marcação de território e agressividade e evita crias indesejadas e ajuda a reduzir o número de animais abandonados.
Além disso, animais castrados costumam viver mais e com mais bem-estar. Nas fêmeas, a castração evita os incômodos do cio, como sangramentos e mudanças de comportamento.
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