“Mesmo na dureza”, Delcídio diz que obra estratégica “vai caminhar”
Líder no Senado da presidente Dilma Rousseff (PT), o senador Delcídio do Amaral (PT) disse que, “mesmo na dureza”, a construção da ferrovia EF-267, um braço da Norte/Sul, “vai caminhar”. O projeto, que liga o Estado com o restante do Brasil e com países do Mercosul, é fundamental por garantir logística, um dos principais gargalos para o desenvolvimento de Mato Grosso do Sul.
“Mesmo na dureza que o País deve viver nos próximos dois anos, a Norte/Sul, que é fundamental para o Estado, vai caminhar”, afirmou Delcídio em entrevista por telefone ao Campo Grande News. Segundo ele, o corte de R$ 70,6 bilhões no orçamento da União não deve abalar projetos de logística. “O governo promete atenção especialíssima a obras de ferrovia, de rodovias e de portos”, contou.
O senador informou ainda que a presidente vai anunciar, na segunda semana de junho, as “obras estratégicas” do governo. “Estou acompanhando os estudos (da ferrovia) e tenho interesse em viabilizar isso. Vou procurar, como senador, tentar mitigar, trabalhar muito para Mato Grosso do Sul sofrer o menos possível com os cortes e não perder projetos estratégicos”, garantiu Delcídio.
Segundo o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), só em emendas para a saúde o corte de R$ 70,6 bilhões no orçamento da União trará prejuízos de pelo menos R$ 90 milhões. Estava previsto o repasse de R$ 160 milhões. “Os R$ 160 milhões devem virar R$ 70 milhões”, calculou o governador. Ele ainda não descarta a paralisação de obras federais no Estado.
A ferrovia - A Ferrovia Norte/Sul vai cruzar o país e promete passar por Mato Grosso do Sul, abrindo duas portas para o escoamento. Na primeira, ela vem de São Paulo entra pelo município de Brasilândia e segue pelas cidades de Santa Rita do Pardo, Bataguassu, Nova Andradina, Angélica, Deodápolis, Dourados e Maracaju. Depois segue para Mundo Novo com direção ao Paraná, chegando ao porto de Paranaguá.
A previsão inicial do governo federal era de iniciar a EF-267, um braço da Norte/Sul no Estado, no segundo semestre de 2014 e finalizar até 2019. A expectativa de investimento girava em torno de R$ 11 bilhões, 70% financiado pelo BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento) e 30% com capital privado. A obra faz parte do Programa de Investimento e Logística, anunciado pela União em 15 de agosto de 2012. A meta era investir R$ 91 bilhões em 25 anos.