“Santinho virtual” é primeira face de campanha que migra para a internet
Em poucas horas de campanha oficial, candidatos apelam para material distribuído em redes sociais em busca do eleitor; postagens poderão ser impulsionadas
A campanha eleitoral começou oficialmente nesta quinta-feira (16) e, poucos minutos depois da meia-noite, candidatos começaram uma operação de mudança em suas páginas e perfis em redes sociais e aplicativos: fotos ganharam a companhia de artes exibindo números, slogan e outras necessidades para a garantir o apoio do eleitor –que, por sua vez, já recebe em grupos de aplicativos de mensagens ou em linhas do tempo mensagens diversas pedindo o voto.
Convites para eventos, agendas e os “santinhos virtuais” –arquivos de imagem e vídeo que “substituem” os tradicionais impressos do período– se multiplicam nos celulares e computadores dos internautas, em uma estratégia que promete ser difundida entre praticamente todos os concorrentes nas atuais eleições, inclusive ganhando terreno sobre outras modalidades, como o uso de impressos.
“Pretendo dar ênfase na campanha virtual. Quero apostar muito na internet para alcançar os eleitores”, afirmou Dorival Betini, candidato ao Senado pelo PMB. Com base eleitoral na região sul do Estado, ele considera que as tecnologias são uma ferramenta que permite maior aproximação o eleitor. “Quem tiver mais redes sociais e grupos de WhatsApp sai na frente nessa eleição”, pontuou.
Último candidato definido na disputa pelo governo, Junior Mochi (MDB) verá sua campanha concentrar esforços no front virtual. A avaliação, informada via assessoria, é de que se trata de uma alternativa mais acessível, ecológica e mais próxima dos eleitores. Além disso, exalta-se o caráter imediato desse tipo de propaganda: enquanto materiais impressos demandam logística para entrega, o material virtual depende de elaboração e envio imediato.
Conciliação – “Hoje a população vive online: muita gente usa diariamente o WhatsApp, Instagram e o Facebook. Não se usa mais o telefone para uma conversa ou não se costuma enviar correspondências”, pontuou a assessoria de Nelsinho Trad (PTB), candidato a senador que, embora use os meios virtuais, não descarta a comunicação “formal”, por meio de impressos, abordagens de rua e os adesivos.
Os santinhos virtuais e materiais pensados em aplicativos de mensagens se valem das novas regras aplicadas pela minirreforma eleitoral, que liberaram a campanha por meio de redes sociais, com pagamentos para impulsionar publicações ou ranqueamento de endereços em buscadores como o Google –no primeiro caso, porém, deve-se expor se tratar de postagem patrocinada e de cunho eleitoral.
“Já utilizo bastante as redes sociais no mandato e vou impulsionar o máximo que puder na campanha”, afirmou Amarildo Cruz (PT), que tenta a reeleição para a Assembleia. Segundo ele, tais canais ajudam na comunicação de formadores de opinião e também do eleitor em geral. “Todos estão atentos com o que acontecem nas redes sociais. Quero usar o espaço de maneira clara, aberta para dialogar e justificar posições”, disse.
Embora veja a atuação online como efetiva, Amarildo não descarta a campanha “tradicoinal”. “No online vou com impulsionamentos de postagens, mas continuo com os outros: impresso, viagens, deslocamento de equipe. A campanha virtual é só um instrumento”.
Considerando que as redes sociais é um meio “mais eficiente” de contatar a população, a assessoria de Reinaldo Azambuja (PSDB) afirma que usará os meios online “conforme a necessidade de campanha”.
“As mídias tradicionais não podem ser desprezadas, pois também possuem forte poder de comunicação. Mas, certamente, hoje as mídias eletrônicas ocupam fatia significativa do relacionamento com a sociedade”, destacou o staff tucano. Além desse aspecto, ressalta-se que a mídia eletrônica permite uma medição mais rápida de resultados.