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Política

Adriane diz que não recusou verba para casas do Mandela

O assunto veio à tona após Soraya e governo apontarem que pretendiam auxiliar com recursos

Por Maristela Brunetto e Jackeline Oliveira | 18/12/2023 11:12
Parceria acabou não sendo concretizada e prefeitura assumiu sozinha entrega de moradias para famílias do Mandela (Foto: Arquvio/ Marcos Maluf)
Parceria acabou não sendo concretizada e prefeitura assumiu sozinha entrega de moradias para famílias do Mandela (Foto: Arquvio/ Marcos Maluf)

A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), disse esta manhã que não houve recusa à ajuda do Governo Estadual e da senadora Soraya Thronicke (Podemos) para solucionar o problema habitacional dos moradores da Comunidade Mandela, na saída para Cuiabá, que ganhou maior urgência após 80 barracos serem tomados pelo fogo, em novembro. Recentemente, ela esteve na comunidade e revelou que as famílias seriam realocadas para quatro áreas, com a construção de forma gradativa de 188 moradias, ao custo de R$ 15 milhões em recursos próprios. Entretanto, o Executivo Estadual e a parlamentar já haviam sinalizado com a disposição de participar da solução.

Adriane disse que não houve intenção de rejeitar o apoio, que teria ocorrido uma manifestação tardia, quando o Município já havia avançado em todas as tratativas. “Não foi uma recusa, no meu gabinete não chegou nenhum documento referente a este valor. E o dia talvez que tenha chegado algum documento na Secretaria de Habitação, quando já havia concluído esse projeto”, explicou esta manhã, em solenidade com ministros e também a senadora.

Ela pontuou que já teria conversado com Soraya para avaliar a viabilidade de destinar a emenda para outra área, apontando que há necessidade de construção de mais moradias. “Campo Grande tem um problema na área de habitação de mais de dez anos”, emendou. A senadora afirmou que tomou conhecimento do desfecho pelo Governo e não houve tratativas. A emenda com a verba do Orçamento da União deve acabar sendo destinada a outro município.

Questionada sobre o envio de ofício noticiando a recusa, Adriane apontou desconhecer o documento. Trata-se de um texto assinado pela diretora-presidente da Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários, Maria Helena Bughi, e encaminhado ao órgão estadual (Agehab) na metade da semana passada.

Senadora em solenidade esta manhã; emenda para construção de casas deve ganhar outro destino (Foto: Marcos Maluf)
Senadora em solenidade esta manhã; emenda para construção de casas deve ganhar outro destino (Foto: Marcos Maluf)

Ele chegou ao mesmo tempo em que o Governo recebia aprovação dos deputados para fazer o repasse de recursos para 87 casas, com base na emenda parlamentar de R$ 9 milhões, sem que as famílias precisassem pagar contrapartida. Pela solução adotada pela Prefeitura, os 188 atendidos pelo projeto habitacional terão de pagar R$ 185 ao mês dentro de um prazo de 30 anos.

Desde que ocorreu o incêndio, representantes do Executivo e do Legislativo de diferentes esferas visitaram a comunidade para defender soluções para o problema da moradia. O Mandela é uma ocupação antiga, iniciada por famílias que apontavam não ter recursos para pagar aluguel, problema que se repete em outras regiões da cidade, como na saída para São Paulo.

No começo do ano, a prefeitura chegou a publicar a seleção de uma cooperativa para a construção do conjunto, a cerca de dois quilômetros da comunidade, aos fundos do bairro Nova Lima. Entretanto, a área é vizinha ao Parque das Nascentes do Segredo e precisava de estudos de impacto ambiental, o que acabou na resolução do contrato e não houve mais informações sobre o uso daquela área.

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