Alems é notificada, mas futuro de Neno Razuk como deputado depende de denúncia
Presidente da Casa, esclareceu que investigação e possível afastamento só será discutido com pedido formal
A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul foi notificada sobre o processo envolvendo o deputado estadual Roberto Razuk Filho, o Neno Razuk (PL), que se tornou réu acusado de chefiar uma quadrilha ligada à exploração do jogo do bicho em Campo Grande.
Durante sessão desta quinta-feira (22), o presidente da Casa, Gerson Claro (PP), esclareceu que a notificação informa a existência do processo, mas ressaltou que a investigação não está diretamente relacionada ao mandato parlamentar, por isso, uma possível investigação interna ou afastamento só será discutido se houver pedido formal de um partido político.
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"Fomos oficiados, mas só é uma obrigação legal da Casa se manifestar se tiver pedido de algum partido político. Ninguém pediu, e se ninguém pediu, fica do jeito que está. Está na lei, qualquer partido político pode pedir e, se pedir, temos que apreciar", explicou o presidente da Assembleia.
O deputado Neno Razuk, que alega ser vítima de uma armação, teve a denúncia do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) aceita pela Justiça, que o aponta como líder de uma organização criminosa envolvida na disputa pelo monopólio do jogo do bicho na capital.
No ano passado, o Gaeco chegou a pedir a prisão do deputado, alvo principal da Operação Successione, que teve duas fases no fim do ano passado. A investigação gerou denúncia de 526 páginas, apresentada à Justiça em dezembro.
Todos os documentos, trocas de informações com unidades policiais e de inteligência, vigilâncias, entrevistas, reconhecimentos operacionais, tomada de depoimentos levaram a identificar Neno como o “cabeça” de organização criminosa que entrou na disputa pelo monopólio do jogo do bicho em Campo Grande, espaço deixado pela família Name, que sofreu revés com a Operação Omertà.
Para dominar o território campo-grandense de exploração do jogo de azar, ainda na tese do Gaeco, o político tinha em seu grupo agentes da segurança pública, que recebiam propina e auxiliavam na prática de roubos. O objetivo das ações era cooptar pessoas ligadas aos adversários para ampliar o poder na Capital. Para a investigação, o deputado contava com a ajuda, por exemplo, do major aposentado da Polícia Militar, Gilberto Luiz dos Santos, conhecido como “Major G. Santos”, “Coronel” ou “Barba”, para gerenciar o esquema.
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