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Política

Alvo de protesto, Marun fica no DF e promete mais briga com sindicatos

“Estou avaliando se vou a Campo Grande nesse fim de semana diante desse constrangimento”, diz deputado

Aline dos Santos e Yarima Mecchi | 16/03/2017 09:29
Marun diz que deve passar fim de semana em Brasília. (Foto: Antonio Augusto / Câmara dos Deputados)
Marun diz que deve passar fim de semana em Brasília. (Foto: Antonio Augusto / Câmara dos Deputados)

Apesar de habituado a defender temas impopulares, o deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS) deve deixar Campo Grande fora de seu roteiro pelos próximos dias. Desde ontem, 300 pessoas estão acampadas em frente ao condomínio onde ele reside na Capital.

O protesto é contra a reforma da Previdência, da qual Marun é porta-voz e presidente da comissão especial. “Estou avaliando se vou a Campo Grande nesse fim de semana diante desse constrangimento à minha família e aos meus vizinhos. Talvez não vá”, afirma o parlamentar, que ganhou projeção nacional por ser fiel aliado do ex-presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha.

A decisão deve incluir o cancelamento de palestra agendada para amanhã (dia 17) sobre a reforma previdenciária no MPT (Ministério Público do Trabalho), em Campo Grande. “Como tem prazo de entrega de emendas na comissão, devo permanecer em Brasília e não de devo participar dessa reunião”, diz. O prazo para entrega de emendas à PEC que muda a Previdência termina na sexta-feira.

Sobre a reforma da Previdência, o deputado garante que está cada vez mais convicto de que a mudança precisa acontecer, mas que está aberto ao diálogo. “Se estamos discutindo é porque aceitamos fazer modificações”, afirma Marun.

Após o protesto em frente ao condomínio Damha, onde mora sua família, o deputado diz que reavalia seus procedimentos, antes voltados para “atitude mais democrática”, e promete partir para outra briga.

“Temos que avaliar a questão do imposto sindical. A força, o poderio financeiro dessa manifestação demonstra que talvez o imposto sindical esteja sendo utilizado de forma errada. Coloca em dúvida se deve existir”, alerta. Marun lembra que não faz parte do grupo de discussão da reforma trabalhista, mas terá chance de votar.

O protesto contra o parlamentar é capitaneado por sindicatos. A estrutura do acampamento inclui gerador e oferta de três refeições diárias.

“Acho que ele [Marun] vai acabar ficando sozinho. A bancada está entendendo que da forma como está, esse texto não passa. A bancada está declinando. Tem que recuar e discutir com os trabalhadores”, afirma o presidente da ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública), Lucílio Souza Nobre.

Mudanças - As regras apresentadas pelo governo federal para a Previdência incluem idade mínima de 65 anos, aumento do tempo de contribuição para 35 anos e equiparação das exigências entre homens e mulheres.

De acordo com o MPT, um trabalhador que tenha hoje 40 anos de idade e 15 de contribuição poderá se aposentar daqui a 25 anos, em 2041, quando completar 65 anos. Ele terá a idade mínima exigida, além dos 25 anos de contribuição. O benefício será calculado com base na média salarial do tempo de contribuição e não sobre o último salário.

A PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 287, que altera artigos da Constituição para dispor sobre a seguridade social, foi apresentada pelo governo federal no dia 5 de dezembro de 2016. 

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