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Política

André faz campanha entre camelôs e admite candidatura sem aliança

Paulo Nonato de Souza e Leonardo Rocha | 03/05/2017 11:28
O ex-governador André Puccinelli em visita ao Camelódromo de Campo Grande nesta quarta-feira (Foto: Leonardo Rocha)
O ex-governador André Puccinelli em visita ao Camelódromo de Campo Grande nesta quarta-feira (Foto: Leonardo Rocha)

Depois de muito negar, o ex-governador do PMDB, André Puccinelli, de 68 anos, já sinaliza com a disposição de ser candidato ao Governo do Estado nas eleições de 2018. Nesta quarta-feira, 03, durante visita em clima de pré-campanha ao Camelódromo de Campo Grande, ele disse que os pedidos para voltar ao Parque dos Poderes soam como massagem nos seus ouvidos e admitiu que sua candidatura não está descartada.

“Pela minha vontade, não serei candidato, vou preferir continuar como vovôrista (motorista dos netos), mas essa decisão de sair candidato não está descartada. Por todos os lugares que ando eu tenho recebido muitos pedidos para voltar a ser governador e isso massageia meu ego”, declarou André Puccinelli, que governou Mato Grosso do Sul entre 2007 e 2014, enquanto era saudado por clientes e funcionários dos box do Centro Comercial, alguns inclusive com direito a paradas para selfies.

Acompanhado do deputado estadual Paulo Siufi, Puccinelli fez questão de percorrer todos os corredores e cumprimentar o máximo de pessoas possíveis. Ao ser questionado sobre o fato de algumas lideranças do PMDB defenderem a formalização de aliança com o PSDB nas eleições de 2018 em Mato Grosso do Sul, ele mostrou ser radicalmente contra.

“Não concordo. Seja eu, seja a Simone (a senadora Simone Tebet), o PMDB tem que ter candidato próprio e eu apostaria no nome da Simone. Essa é a minha opinião”, afirmou ele.

André Puccinelli, no Camelódromo, acompanhado do deputado estadual Paulo Siuffi (Foto: Leonardo Rocha)
André Puccinelli, no Camelódromo, acompanhado do deputado estadual Paulo Siuffi (Foto: Leonardo Rocha)

Puccinelli disse que a senadora, por ser mulher e pelo desempenho dela em Brasília, será uma candidatura viável. “A Simone é a minha escolha para o Governo do Estado, e mesmo que apareça abaixo em relação a mim em termos de pesquisa, ela pode reverter. É uma intuição minha, não tenho certeza, mas acredito que isso pode acontecer”, comentou.

Em caso de candidatura, Puccinelli reconhece que pelo menos duas situações negativas vão nortear as campanhas dos adversários contra ele: a citação do seu nome na Operação Lava Jato e a obra interminável do Aquário do Pantanal, nos altos da Avenida Afonso Pena em Campo Grande.

Em delação premiada, os ex-diretores da Odebrecht, Pedro Leão e Antônio Pacífico, fizeram denúncia de caixa 2 na campanha de reeleição do ex-governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), em 2010. Segundo os delatores, a empreiteira foi obrigada a pagar R$ 2,3 milhões para a campanha do ex-governador, como forma de receber uma dívida R$ 23 milhões.

“Não pedi dinheiro algum para a Odebrecht. É só olhar na minha prestação de contas. É logico que isso gera prejuízo politico, mas é injusto comigo. Pois não existe nada disso que apareceu na delação”, declarou ele nesta quarta-feira.

Sobre o Aquário do Pantanal, lançado por ele em 2011 e ainda não concluído, Puccinelli disse que ainda vai mostrar documentos para comprovar que não cometeu irregularidades que justificassem a paralisação da obra.

“Tenho tudo documentado e não entendo porque a obra não termina. Dinheiro não faltou, pois deixei recursos suficientes em aditivos e dinheiro da compensação ambiental”,

Inicialmente orçado em R$ 84 milhões, o Aquário teve custo elevado para R$ 123 milhões e depois R$ 176 milhões.

“Isso acontece em função de aditivos, que são naturais em qualquer obra, e chegou a R$ 176 milhões também em função de reajustamento de preços. A PGE (Procuradoria-Geral do Estado) acompanhou tudo. Quem tem dúvida é só procurar a PGE”, frisou.

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