Após gravações, secretária de Saúde, Beatriz Dobashi, pede demissão
A secretária de Saúde de Mato Grosso do Sul, Beatriz Dobashi, já não integra o primeiro escalão do governo do Estado. Nesta segunda-feira (1º), ela encaminhou ao governador André Puccinelli pedido de demissão, a fim de permitir que todos os fatos referentes à denúncia sobre Rede de Combate ao Câncer e envolvendo seu nome sejam apurados.
Dobashi refere-se à gravação de interceptações telefônicas, realizadas durante a Operação Sangue Frio e divulgadas hoje pela TV Morena, que revelam combinações entre ela e o diretor do Hospital Regional, Ronaldo Queiroz, sobre como responderiam ao Ministério da Saúde solicitação sobre o interesse do Estado em repasse de aceleradores lineares para tratamento de pacientes com câncer.
A estratégia acertada, conforme a gravação, era a de convencer o Instituto Nacional do Câncer (Inca) a enviar os equipamentos apenas para o HR e ao Hospital do Câncer, dirigido na época por Adalberto Siufi. Nas conversas gravadas, Beatriz deixa claro que há uma relação próxima com o médico oncologista, afastado do HC depois de denúncias de improbidade.
Além de colocar o cargo à disposição, Beatriz Dobashi também disponibilizará seu sigilo fiscal e telefônico para eventual investigação.
A secretária deixa de ser assessora de Puccinelli após mais de 16 anos. Desde a primeira administração de André na Prefeitura de Campo Grande, ela colabora com ele, que já está no penúltimo ano da segunda gestão à frente do Executivo estadual.