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Política

Às vésperas de assumir, Marquinhos vê "situação desesperadora" na Prefeitura

A menos de uma semana de se tornar prefeito, ele revela quais estratégias adotará para lidar com tantos problemas na Capital

Alberto Dias | 27/12/2016 18:17
Trabalho começou: "Já fui a Brasília quatro vezes em busca de recursos", diz Trad. (Foto: Fernando Antunes)
Trabalho começou: "Já fui a Brasília quatro vezes em busca de recursos", diz Trad. (Foto: Fernando Antunes)

"Cada vez que você aprofunda o conhecimento sobre a situação de Campo Grande, ela se torna mais desesperadora", exclamou o prefeito eleito Marquinhos Trad (PSD), nesta terça-feira (27). Diante das notícias dos últimos dias, ele apresenta uma nova estimativa: precisará de 12 a 14 meses "para colocar a casa em ordem".

Se a situação parecia ruim quando sua equipe de transição iniciou os trabalhos, a certeza chegou no final de dezembro, com atraso no 13º salário e nos repasses da saúde, suspensão de contratos e licitações, bloqueio judicial de contas correntes, operações tapa-buraco paralisadas. Problemas que parecem aumentar junto com as crateras nas ruas.

"Fiquei sabendo hoje sobre a suspensão da licitação de material escolar. Tem ainda a demissão de 4.400 pessoas da Omep e Seleta e os buracos", lamentou. Diante disso, o grande ponto é o que fazer primeiro ao pisar na prefeitura. Quais problemas eleger, o que priorizar? Buracos? Saúde? Contratos? Salários? Sua resposta é: descentralizar e dar autonomia ao secretariado.

"Ou você confia na competência dos seus técnicos ou você governa sozinho. E neste segundo caso já tivemos um exemplo de fracasso", afirmou, acrescentando que definiu sua equipe pautado no currículo de cada um. "Todos já foram secretários antes, ou seja, não será novidade para ninguém. É uma equipe extremamente experiente".

Outra estratégia já está definida: reuniões quinzenais com todos os secretários, pelo menos nos primeiros seis meses. Para Trad, a troca de informações entre as secretarias será crucial neste momento de reorganização. Também diz que usará a experiência e cases de sucesso de ex-prefeitos. Nesta quarta-feira (28), por exemplo, reunirá o 1º escalão para ouvir Juvêncio César da Fonseca, Levy Dias, André Puccinelli e seu irmão Nelson Trad Filho.

Na última semana antes de encarar seu desafio maior, ele diz que passará os dias trancado em seu gabinete na Assembleia Legislativa finalizando relatórios de sua gestão como deputado estadual e, ainda, fechando o organograma de seu time na prefeitura. "Estamos vendo os nomes dos secretários adjuntos, mas estou dando liberdade para os secretários escolherem", adiantou, sem detalhes.

Para planejar como serão os primeiro 30 dias de sua administração, reunirá a equipe em um workshop, na Chácara do Lago, que se estenderá ao longo desta quarta-feira (28) - ocasião em que os secretários poderão relatar um pouco do que viram nas visitas a suas respectivas pastas. Conforme Marquinhos, nos últimos 15 dias cada um deles esteve no futuro local de trabalho levantando problemas e, claro, possíveis soluções.

"Nestes primeiros 12 meses, darei condições aos munícipes de trafegar com segurança; ir ao posto de saúde sem passar constrangimento; deixar seus filhos na creche na certeza que haverá merenda; transitar nas ruas com segurança pública. Após esse período, vamos implantar o nosso programa de governo e levantar de vez Campo Grande", declarou, ao final da longa entrevista.

Na próxima segunda-feira (2), o então prefeito disse que seguirá a rotina e chegará em seu novo local de trabalho no mesmo horário que costumava chegar na Assembleia Legislativa: entre 7h e 7h20. Mas haverá uma enorme diferença: não "fará" mais leis. Ao pisar no Paço Municipal, ele será o representante maior de 853 mil habitantes. E terá muito a Executar com este poder nas mãos.

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