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Política

Auditoria que levou 9 à prisão aponta desvios em mais duas obras

Auditória constatou desvio de R$11,8 mi em três obras executadas pelo governo passado

Michel Faustino | 11/11/2015 17:45
Elza Cristina deixa sede do MPE após depoimento sobre desvio de R$ 2,9 milhões (Foto: Gerson Walber)
Elza Cristina deixa sede do MPE após depoimento sobre desvio de R$ 2,9 milhões (Foto: Gerson Walber)

Auditória realizada pelo Governo do Estado que apontou desvio de R$ 2,9 milhões na obra da MS-228, denúncia que motivou o MPE (Ministério Público Estadual) a pedir a prisão temporária de nove pessoas na investigadas na Operação Lama Asfáltica, indicou irregularidades nas obras de mais duas rodovias (MS-171 e MS-184) executadas durante a gestão do ex-governador André Puccinelli (PMDB). Conforme o relatório grande parte dos serviços foram pagos e não executados, sendo a maioria referente ao cascalhamento, ocasionando prejuízo total de R$ 11,8 milhões aos cofres públicos.

De acordo com a documentação processual anexa a auditoria realizada na MS-228, trecho Entroncamento MS-427 - Fazenda Imaculada, aponta que o primeiro contrato foi cumprido, com ressalva nos últimos três quilômetros onde o revestimento primário ficou com pouca espessura e a qualidade do material discutível.

Quanto ao segundo contrato, que previa a recuperação de 42 quilômetros, foram encontrados serviços em 23,2 quilômetros. O total medido foi de R$ 5.014.900,80; o total executado: R$ 2.052.764,80 dando uma diferença de R$ 2.962.136,00.

Na MS-171,entre a BR-262 e o km 90 no município de Aquidauana, em resumo onde a planilha inicial previa 90 km de cascalhamento na rodovia foi encontrado aproximadamente 63,2 km de plataforma cascalhada. O total medido foi de R$ 4.541.457,94 ; total executado R$ 1.877.473,38 e a diferença R$ 2.663.984,56.

Já a reestruturação do leito estradal da MS-184, onde a planilha inicial previa 50 km de cascalhamento foi encontrado 35,2 km de plataforma cascalhada. O total medido foi de R$ 7.801.935,44. Executado R$ 1.530.036,22 e a diferença encontrada entre medido e executado foi de R$ 6.271.899,22.

Prisões - As prisões são decorrentes da investigação conduzida pela força tarefa da Operação Lama Asfáltica, do MPE (Ministério Público Estadual) que faz devassa nos contratos de obras do Governo estadual. A operação de hoje ocorre em decorrência de uma irregularidade constatada no revestimento primário na MS-228, numa extensão de 42 quilômetros.

Foram presos o ex-secretário executivo do Ministério dos Transportes, ex-secretário estadual de Obras e ex-deputado federal Edson Giroto, a ex-presidente da Agesul, Maria Wilma Casanova Rosa, o empresário João Amorim, a sócio dele na Proteco, Elza Cristina Araújo dos Santos, os engenheiros Átila Garcia Gomes Tiago de Souza, Maxwell Thomé Gomez, Rômulo Tadeu Menossi e o ex-deputado estadual Wilson Roberto Mariano de Oliveira, o Beto Mariano.

Habeas corpus - O ex-deputado federal Edson Giroto (PR) foi solto durante a madrugada desta quarta-feira (11), após pedido de habeas corpus. A ex-presidente da Agesul, Maria Wilma Casanova Rosa, também teve o pedido de soltura aprovado pela Justiça.

Depoimentos – Na tarde desta quarta-feira (11) foram ouvidos pelo MPE, a secretária e sócia da Proteco, Elza Cristina Araújo dos Santos Amaral, e o diretor da empresa, Rômulo Tadeu Menossi.

Ontem, os promotores ouviram os engenheiros Maxwell Thomé Gomez e Átila Garcia Tiago de Souza, que são chefes das unidades regionais da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos).

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