Azambuja não vê disputa no PL e diz que Contar é aliado para reeleger Riedel
Lideranças de direita veem movimento como parte da consolidação do campo bolsonarista em MS para as eleições
O provável retorno do ex-deputado estadual Renan Contar ao Partido Liberal movimentou o cenário político de Mato Grosso do Sul e reacendeu o debate sobre a formação do bloco de direita para as eleições de 2026.
RESUMO
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O ex-governador Reinaldo Azambuja minimiza possíveis disputas internas no PL com a provável chegada do ex-deputado Renan Contar ao partido. A articulação, que conta com apoio do presidente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto, visa fortalecer o projeto de reeleição do governador Eduardo Riedel em 2026. Azambuja, que é pré-candidato ao Senado, afirma que o convite a Contar partiu dele próprio e destaca que a prioridade é construir uma ampla frente de oposição ao governo Lula. A definição do candidato ao Senado será baseada em pesquisas de intenção de voto que serão realizadas ao longo de 2025.
A articulação, que conta com a anuência do presidente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto, foi bem recebida pelo ex-governador Reinaldo Azambuja (PL), recém-filiado ao partido e também pré-candidato ao Senado.
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Azambuja afirmou que o convite para o ex-deputado retornar o PL partiu dele próprio, e que a conversa com a direção nacional apenas consolidou o entendimento de que Renan Contar pode contribuir para o fortalecimento do projeto político do grupo liderado pelo governador Eduardo Riedel (PP).
“Eu tinha feito o convite e pedi para ele conversar com o Valdemar, e o Valdemar fez o convite. É importante para o projeto de reeleição do Riedel, que é o primeiro objetivo”, disse Azambuja.
De acordo com o ex-governador, a prioridade do PL é construir ampla frente de apoio à reeleição de Riedel, dentro do mesmo campo político que se opõe ao governo do presidente de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “É importante porque temos um adversário em comum, que é a reeleição do Lula. Juntos, criamos mais força política”, afirmou.
Azambuja ressaltou que a chegada de Contar ao PL deve ser vista como um reforço político e não como uma ameaça à unidade do grupo ou à sua própria pré-candidatura ao Senado. “Ele fortalece. A Rose [Modesto] foi adversária e está junto, o Puccinelli foi adversário e está junto, agora o Contar também. É mais um bom pré-candidato ao Senado”, pontuou.
O ex-governador destacou que não há espaço para projetos pessoais dentro da atual estratégia do partido e que a candidatura ao Senado será definida com base em critérios políticos e nas pesquisas de intenção de voto, que ainda serão analisadas ao longo de 2025.
“Chegou mais um. Se ele se filiar, é um nome forte, mas não existe primeira vaga. Ele soma e fortalece a prioridade que é o palanque do Riedel. Não vamos fazer projeto individual”, afirmou.
Azambuja também lembrou que o processo eleitoral ainda está em fase inicial e que as definições ocorrerão somente nas convenções partidárias, previstas para julho do próximo ano.
“Nunca vi eleição sem pesquisa. Além disso, há nomes da direita que devem disputar o Senado, como Nelsinho (Trad), Gerson Claro, Gianni (Nogueira), (Marcos) Pollon e (Jaime) Verruck. Não vamos excluir ninguém, mas convenção é só em julho”, lembra.
Política é como as nuvens - O presidente da Assembleia Legislativa e também pré-candidato ao Senado, Gerson Claro (PP), avaliou a movimentação com cautela e destacou que o cenário político ainda pode mudar até as convenções.
“O deputado Londres fala que política é como as nuvens. Bater um ventinho, ela muda. E antes que tenha feito a convenção, o ato e o registro lá no TRE, tudo pode acontecer”, afirmou.
Para Gerson Claro, o ex-governador Reinaldo Azambuja tem demonstrado habilidade na construção de alianças e vem liderando um movimento de aproximação entre os partidos da centro-direita com foco na reeleição de Riedel e na formação de um palanque forte para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Entendo que essa movimentação é porque o nosso arco de aliança de centro-direita vem sendo postulado. O ex-governador é muito habilidoso nessas articulações e vem construindo uma ampla aliança para a eleição do governador Eduardo Riedel e também para a disputa nacional nesse arco de centro-direita”, disse.
Apesar das articulações, Claro afirma que, neste momento, o cenário permanece estável. “A princípio, não muda nada. Nós temos muitos passos para acontecer”, avaliou.
O deputado também reforçou que o debate sobre o Senado deve ser pautado pela qualificação e preparo dos candidatos, considerando o papel estratégico do cargo em temas como reforma tributária, pacto federativo e equilíbrio institucional.
“Acredito que essa vaga do Senado precisa ser ocupada por alguém preparado. Eu procuro trabalhar nessa linha. O país padece de muitas questões a serem resolvidas — reforma tributária, administrativa, poder judiciário, pacto federativo. Isso não se faz sozinho”, destacou.
“O Capitão Contar foi colega deputado, uma pessoa preparada, pode disputar a vaga assim como outras pessoas. Acho bom para a sociedade quando o exercício democrático se apresenta dessa forma. A sociedade vai poder escolher o melhor para Mato Grosso do Sul e para o Brasil”, completou.

A espera das pesquisas - O deputado estadual Carlos Alberto David (PL), colega de partido de Azambuja e ex-companheiro de bancada de Contar na Assembleia, também comentou a movimentação. Ele deu boas-vindas ao ex-deputado, mas ressaltou que as regras internas do partido serão seguidas.
“Eu dou as boas-vindas a ele. Só que ele vai ter que se submeter às regras desse processo. Nós já temos algumas pessoas querendo se candidatar. Temos o Reinaldo, que lidera as intenções de voto, o Contar, que está bem posicionado nas pesquisas, e também o Pollon, que é do nosso partido e tem esse desejo”, explicou.
David disse que a escolha do candidato ao Senado deverá ser baseada em desempenho nas pesquisas de opinião, conforme orientação da cúpula nacional do PL.
“Aqueles que se submeterem às regras já estipuladas pelo presidente Bolsonaro, pelo Valdemar, pelo Rogério Marinho e também pelo Reinaldo, e que estiverem melhor percentualmente nas pesquisas, terão a preferência do partido para ser candidato”, afirmou.
Apesar disso, David acredita que a entrada de Contar fortalece a liderança de Azambuja dentro do partido. “Acredito que o Reinaldo vai ficar mais forte. Ele é o grande favorito a ter uma vaga. E se depender de mim, vou trabalhar muito para que seja. Ele se dispôs a vir ao PL para comandar o processo de renovação do partido, com carta branca do presidente Bolsonaro, do Valdemar, do Rogério Marinho e com a larga experiência que ele tem. Dificilmente uma das vagas não será dele”, concluiu.
PL começa a ouvir a base - Outro deputado estadual do PL, João Henrique Catan, avaliou a possível filiação de Contar como um passo importante para aproximar o partido das bases bolsonaristas no Estado.
“Começo a ficar feliz de estar sendo ouvido dentro do meu partido, porque nacionalmente eu fiz essa defesa, de que a gente tivesse o nome do Capitão Contar. Agora acho que só falta o partido entender a necessidade que as bases estão reclamando, que é a candidatura própria”, disse.
Catan lembrou que vinha defendendo publicamente, tanto na executiva estadual quanto na nacional, uma reorientação do partido no Estado, com fortalecimento da direita e maior diálogo com o eleitorado conservador.
“Eu fiz essa defesa publicamente e internamente. Era muito importante essa guinada, e é importante observar que o partido começa a ouvir a base, reforçando o time e trazendo um nome importante para o processo”, completou.



