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Política

Bernal anuncia revogação de decreto, cria comissões e dá puxão de orelha

No discurso de posse, o novo prefeito de Campo Grande falou sobre redução de receitas e aumentos das despesas

Nadyenka Castro e Aline dos Santos | 01/01/2013 21:10
Bernal, em discurso na solenidade de posse. (Foto: João Garrigó)
Bernal, em discurso na solenidade de posse. (Foto: João Garrigó)

Revogação de decreto, comissões e puxão de orelha nos vereadores. Esse foi o tom do primeiro discurso de Alcides Bernal (PP) como atual prefeito de Campo Grande.

Bernal começou o discurso lembrando que o objetivo é fazer uma administração “fraterna e progressista”, agradeceu à família pela presença na cerimônia, falou da trajetória de vida, disse obrigado aos mais de 270 mil votos e também aos vereadores, em nome de Zeca do PT e da professora Rose (PSDB), indicada por ele à presidência da Câmara Municipal.

O novo prefeito da Capital elogiou o trabalho feito pelos antecessores, Nelsinho Trad e André Puccinelli (ambos do PMDB), os quais estavam presentes na solenidade e acrescentou que, apesar disso, é preciso “mudanças”. “Nem tudo é maravilha. Temos o compromisso de mudar a forma com que Campo Grande vem sendo administrada, com nossa capacidade de planejamento e de execução”.

Bernal anunciou que irá revogar o decreto 12.074 publicado na edição do dia 28 de dezembro de 2012 do Diário Oficial de Campo Grande. O documento trata de reserva de receita para garantia de pagamento à empresa concessionária do lixo. “Nenhuma empresa ou contrato deve-se sobrepor à necessidade das pessoas”, declarou.

Ele anunciou também a criação de duas comissões: uma para avaliar a cobrança de taxas e impostos, “na busca por justiça tributária”, justificou, e outra para o “mutirão da dengue”. Segundo Bernal, uma pessoa teria falecido “por falta de atendimento adequado em relação à dengue. É inconcebível essa situação”, indignou-se.

Bernal falou também que o primeiro ano da administração dele “não será dos mais fáceis” e que “há problemas graves”. “Peço a Deus sabedoria para seguir em frente”.

Disse estar preocupado “com a diminuição das receitas e acréscimo das despesas”, referindo-se ao congelamento do valor do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e aumento do salário de prefeito, questões aprovados pelos vereadores, que também votaram pela redução da suplementação. Situação que Bernal define como “burocratização e engessamento”.

O recado aos vereadores foi em forma de puxão de orelha. “Vou me esforçar muito, muito, muito, muito em ter boa relação com a Câmara, mas, não vou permitir que utilizem de argumentos vazios para que tenhamos relação conturbada. Campo Grande saberá quais vereadores estão de verdade comprometidos com a nossa cidade”.

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