Cabos eleitorais não recebem e candidatas acusam partido de não repassar verba
Apoiadores reclamam da falta de pagamento acordado para divulgação de campanhas eleitorais
Chamadas de líderes, por comandar um grupo de pessoas que trabalha na divulgação de campanhas eleitorais, entraram em contato com o Campo Grande News, pelo canal Direto das Ruas, para denunciar a falta de pagamento do trabalho de cabo eleitoral para a candidata a deputada federal delegada Sidnéia Tobias (Podemos).
Segundo a comerciante, Fatyma Assis, 46 anos, das três parcelas de R$ 400 que foram acordadas desde o começo da campanha, apenas uma foi paga. Ela afirma que assinou um contrato para prestar o serviço, mas que a equipe do comitê de campanha não entregou a segunda via.
“Está todo mundo revoltado com a situação. Não registramos na polícia, até porque ela é delegada e deveria saber que está errada. Tem que honrar com isso”, afirma. Ela contratou de forma verbal 15 pessoas para ajudar nos trabalhos, sendo que o combinado com cada uma seria o pagamento de duas parcelas de R$ 200. Nenhuma foi debitada.
A delegada chegou a enviar uma justificativa para o grupo de líderes, alegando que o partido não tinha liberado a verba para a campanha e por isso as parcelas estavam atrasadas. “A gente deixou de trabalhar para outros candidatos e não recebemos. Contamos com esse dinheiro. Ainda confio que ela vai dar um jeito, ou as pessoas que não vão acreditar nela”, pontuou.
Sem o pagamento, o grupo deixou as ruas e só está trabalhando de forma virtual. “Não estou conseguindo cobrar os liderados sendo que eles não receberam”, pontuou Fátyma. A situação é a mesma da empresária Joelma Souza, 27 anos. Ela lidera um grupo de oito pessoas que atuaram até o momento como cabos eleitorais da delegada.
A expectativa é que o pagamento seja feito até amanhã (30). “O combinado era pagar os líderes e cabos, mas ela só conseguiu pagar metade do valor para os líderes e não conseguiu pagar o combinado com os outros contratados. Ela disse que o presidente do partido agiu de má fé. Estamos esperando até amanhã para ver se o presidente do partido toma uma posição e faz o pagamento. Estou com ela ainda, porque acredito que foi erro do partido. Continuamos trabalhando, mesmo que tenha bastante gente nessa situação.”
A delegada foi a público ontem (28) nas redes sociais ao lado de outras duas candidatas a deputada estadual do mesmo partido. Ela denunciou a falta de cumprimento do acordo com o Podemos em relação a verba para campanha. A candidata afirmou que entrou com uma ação contra a legenda.
“Eu não vou me calar diante das situações que estamos passando. Se para mim que sou delegada de polícia há 30 anos está difícil de manter a candidatura em pé. Imagina para as outras mulheres? Quando decidi concorrer achei que os 30% da verba destinada para mulheres teria um critério. Mas na verdade não é isso que acontece”, afirmou.
Resposta – O presidente regional do Podemos, Sérgio Murilo, afirmou que a responsabilidade das contratações é do candidato. “O partido é repassador de fundo. O que eu pude fazer já fiz. Ela passou dos limites. Lamento muito o que ela está fazendo, tentando esquivar da responsabilidade e envolvendo outras pessoas. Ela não pode opinar pela divisão e está em situação de desespero”, afirmou.
Pelo registro de candidatura do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o Podemos repassou R$ 170 mil para a candidata. No entanto ela já gastou R$ 233.650 só com despesas de pagamento de pessoal. As outras duas candidatas receberam R$ 35 mil cada.
O presidente afirmou que ela pode pedir ajuda a qualquer momento, mas não pediu reunião. “O que ela tem feito é tratar isso com a nacional e eles dizem que a responsabilidade é da regional. Dividimos o recurso da melhor forma em relação aos outros partidos. O problema é que ela não se sente atendida e está provocando esse distúrbio todo.”
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