Câmara troca moção de repúdio por audiência pública com Energisa
O corte no fornecimento de energia elétrica de moradores da favela Cidade de Deus por pouco não virou uma moção de repúdio, nesta quarta-feira (17), na Câmara Municipal de Campo Grande. Vereadores questionaram a “arbitrariedade” com que a decisão foi tomada e devem cobrar em audiência pública explicações e plano de investimentos da empresa Energisa, que assumiu o controle da Enersul em abril deste ano.
A discussão foi aberta por Chiquinho Telles (PSD), que relembrou o desligamento de energia, na semana passada, em área de invasão no Dom Antônio Barbosa. Para ele, a concessionária não deve agir com “arbitrariedade”, uma vez que no local existem pessoas que estão perdendo alimentos refrigerados e o calor tem castigado principalmente as crianças.
Já Vanderlei Cabeludo (PMDB) foi ainda mais radical ao solicitar uma moção de repúdio a empresa pela atitude, que forçou a prefeitura a disponibilizar geradores de energia enquanto negocia meios para realocar as cerca de 800 famílias. O mais recente pedido desse tipo de reprovação foi realizado no ano passado contra o ex-prefeito Alcides Bernal (PP).
Para acalmar os ânimos, Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), decidiu que uma audiência pública é a melhor alternativa de se questionar a empresa sobre a situação da Cidade de Deus onde, de acordo com a Energisa, são registrados prejuízos mensais de R$ 8 mil por ligações clandestinas na rede elétrica.
“Temos que ter calma porque não somos a favor do que é clandestino, mas ficar no escuro gera insegurança e crimes. A empresa também precisa explicar o que está fazendo de social e qual sua perspectiva de investimentos”, comentou Carlão.
Inicialmente, a previsão é de que a audiência pública ocorra em 1º de outubro, na sede do Legislativo.