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Política

Carlinhos Duro defende na Justiça legalidade de transação com conselheiro

Condenado nos anos 2000 por tráfico, ele derrubou a sentença e foi inocentado em segundo grau

Marta Ferreira | 17/06/2021 17:50
Carlinhos Duro diz que transação com conselheiro foi totalmente regular. (Foto: Reprodução das redes sociais)
Carlinhos Duro diz que transação com conselheiro foi totalmente regular. (Foto: Reprodução das redes sociais)

“Completamente infundada” é a tradução feita na Justiça pela defesa de Carlos Alberto da Silva Duro, 73 anos, para a suspeita levantada pela Polícia Federal de transação imobiliária irregular com o conselheiro Osmar Jeronymo, do TCE (Tribunal de Contas do Estado), alvo da operação “Mineração de Ouro”, realizada no dia 9 de junho pela Polícia Federal, Controladoria Geral da União e Receita Federal.

Despacho do ministro que autorizou a ofensiva para cumprir 20 mandados de busca e apreensão para investigar crimes como lavagem de dinheiro envolvendo Jerônymo cita informação da Polícia Federal dando conta que a análise das movimentações financeiras e transações imobiliárias do conselheiro aponta relações do conselheiro com Carlinhos Duro, incluindo indício de permuta de uma casa como forma de "branquear" valores sem cobertura.

Primeiro, segundo a apuração policial, em fevereiro de 2019, o conselheiro comprou imóvel na Rua Carmem Soto Rojas, em Ponta Porã (fronteira com o Paraguai), por R$ 500 mil. Contudo, não foi identificada transferência de dinheiro para as contas dos vendedores (ligados à outra investigação de lavagem de dinheiro).

Quatro meses depois, em junho, como descrito na peça processual, foi feita permuta com Carlos Alberto da Silva Duro por imóvel localizado na Avenida Mato Grosso, Vila Cruzeiro, em Campo Grande, com valor de R$ 905.323, pago à vista.

Em quatro meses, destaca a investigação, Osmar Jeronymo conseguiu lucro de 81%, pois o imóvel de R$ 500 mil foi permutado por outro avaliado em R$ 905 mil.

No relatório, o apontamento foi que Carlos Duro não consta entre as movimentações bancárias de Osmar Jeronymo no período da quebra de sigilo bancário, de 01/01/2009 a 31/08/2019.

Além disso, ele é citado como quem já teve ligações identificadas com Fernandinho Beira-Mar, como “braço-direito”, com registros tanto na PF quanto na Polícia Militar envolvendo tráfico de drogas.

Duro foi condenado nos anos 2000, mas derrubou a sentença em segundo grau e hoje move ação de indenização contra a União por ter ficado quase 3 anos preso. A captura dele foi feita no Paraguai em 2003 e a extradição para o Brasil em 2005.

É importante esclarecer, que a alegada lavagem de dinheiro através da compra de uma residência pelo autor é completamente infundada, visto toda a tramitação foi efetivada dentro dos ditames da lei, onde o autor inclusive já declarou o bem adquirido em seu imposto de renda”, diz  a defesa de Carlos Alberto Duro sobre a informação da operação Mineração de Ouro em ação impetrada em Campo Grande esta semana, na Justiça Estadual.

O processo é para tirar do ar reportagens citando Carlinhos Duro.

Foram anexadas aos autos peças da Justiça Federal, entre elas as que inocentam Carlinhos Duro da acusação de tráfico.

A defesa afirma que a condenação baseou-se apenas em uma carta anônima à Polícia Federal.

No material, foi protocolada a declaração de rendimentos de Carlinhos Duro, na qual o imóvel permutado com Osmar Jeronymo aparece, sem valor de avaliação.

O pedido para retirar as reportagens do ar ainda não teve avaliação.

Osmar Jeronymo não se manifestou até hoje sobre a investigação, que também atinge os conselheiros Waldir Neves e Ronaldo Chadid. O TCE informou que estava acompanhando as movimentações e não se manifestaria sobre o tema.



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