Polícia Federal passou a noite no TCE para coletar provas em operação
A ordem de busca do STJ foi cumprida de 3ª feira até manhã do dia seguinte
A Polícia Federal “ocupou” o TCE (Tribunal de Contas do Estado) por mais de 24 horas durante a operação Mineração de Ouro, incluindo coleta de documentos durante a noite de terça para quarta-feira. Os alvos da ação, autorizada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), foram os conselheiros Osmar Domingues Jeronymo, Waldir Neves e Ronaldo Chadid.
A reportagem apurou que as equipes da PF, Receita Federal e CGU (Controladoria-Geral da União) chegaram nas primeiras horas de terça feira (dia 8) à sede da Corte Fiscal, no Parque dos Poderes, em Campo Grande. Mas, o trabalho avançou pela noite e só terminou na manhã da quarta-feira.
O tempo de duração do cumprimento do mandado de busca e apreensão chama atenção, mesmo se tratando de órgão público, de onde não pode ser removido documentos.
A decisão do ministro Francisco Falcão, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), autorizou busca nos gabinetes dos três conselheiros, salas de trabalho de dois assessores investigados e funcionários das empresas Cast Informática e Dataeasy Consultoria e Informática Ltda, onde “poderão ser encontradas provas de interesse para as investigações”.
À exceção dos gabinetes dos demais conselheiros, que não são investigados, o ministro liberou acesso da força-tarefa a todas as dependências do Tribunal de Contas.
“Estando autorizada a apreensão de quaisquer documentos relacionados a processos licitatórios, contratações, execução e fiscalização de contratos, processos de tomadas de contas e outros, a critério da Autoridade Policial responsável pelas investigações”.
O ministro também autorizou a apreensão de dinheiro em espécie acima de R$ 10 mil. Ao todo, a operação recolheu 1,6 milhão. Na residência de Ronaldo Chadid, foram apreendidos R$ 889.660 reais, 7.272 dólares, 200 libras e 4.500 euros. Foi preciso máquina para contabilizar as cédulas.
A operação investiga suspeita de crimes de peculato, corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro. O Tribunal de Contas ainda não se manifestou sobre a operação. O Campo Grande News não conseguiu contato com os citados.