ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SÁBADO  23    CAMPO GRANDE 27º

Política

Com empate, STF faz intervalo em julgamento de habeas corpus de Lula

Após relator negar pedido da defesa do ex-presidente, ministro Gilmar Mendes antecipou voto e se disse favorável à concessão do habeas corpus

Humberto Marques | 04/04/2018 15:18
Gilmar Mendes votou pela concessão do habeas corpus e propôs que o STF defina parâmetros quanto a liberação de condenados. (Foto: Carlos Moura/SCO/STF)
Gilmar Mendes votou pela concessão do habeas corpus e propôs que o STF defina parâmetros quanto a liberação de condenados. (Foto: Carlos Moura/SCO/STF)

Com voto favorável do ministro Gilmar Mendes, foi suspenso para intervalo no STF (Supremo Tribunal Federal) o julgamento do pedido de habeas corpus preventivo feito pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tenta com a ação evitar a prisão após ser condenado em segunda instância. O placar da votação está empatado em 1 a 1 –relator do pedido, o ministro Edson Fachin se posicionou pela rejeição do habeas corpus.

Lula tenta, com o pedido, evitar que tenha início o cumprimento da pena de 12 anos e um mês de prisão, decretada pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), no caso do triplex do Guarujá (SP) –que teria sido dado a Lula pela construtora OAS, uma das empresas investigadas no âmbito da Operação Lava Jato.

Mendes, que antecipou seu voto, defendeu que Lula só comece a cumprir a pena quando houver o julgamento de seu caso no STJ (Superior Tribunal de Justiça, o “terceiro grau” do Judiciário e anterior ao STF). O voto do ministro foi proferido ao longo de quase uma hora e meia, e contou ainda com a defesa de que a Corte delimite parâmetros em casos nos quais a permanência de um condenado fora da prisão cause riscos à ordem pública.

Antes dele, Fachin destacou votos dos ministros durante julgamento na 5ª Turma do STJ, que negou por unanimidade a concessão do habeas corpus a Lula –cinco ministros participaram daquele julgamento, concordando que a atual jurisprudência permite a execução provisória de pena após a condenação na segunda instância, posição esta emanada ainda em 2016 pelo próprio STF, motivo pelo qual a medida não poderia ser concedida neste momento.

Outros nove ministros devem se posicionar no julgamento do Supremo nesta quarta. Apesar da mobilização nacional sobre o tema, operadores de direito de Mato Grosso do Sul pontuaram ao Campo Grande News que não acreditam que a decisão a ser emanada no julgamento terá repercussão geral, já que trata-se de discussão individual –no entanto, ela tende a revelar uma tendência no plenário em casos semelhantes.

Nos siga no Google Notícias