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Política

Confira os destaques do 1º debate entre os candidatos ao governo de MS

Em encontro morno, os 8 postulantes ao cargo puderam apresentar suas propostas

Jhefferson Gamarra, Lucia Morel e Gabriela Couto | 06/09/2022 22:00
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade
Todos os oito candidatos ao Governo do Estado foram ao primeiro debate. (Foto: Alex Machado)
Todos os oito candidatos ao Governo do Estado foram ao primeiro debate. (Foto: Alex Machado)

Na noite desta terça-feira (6), os candidatos ao Governo de Mato Grosso do Sul participaram do primeiro debate das eleições 2022, realizado pelo site Primeira Página e rádio Morena FM. Adonis Marcos (PSOL), André Puccinelli (MDB), Capitão Contar (PRTB), Eduardo Riedel (PSDB), Giselle Marques (PT), Magno de Souza (PCO), Marquinhos Trad (PSD) e Rose Modesto (União Brasil) tiveram a primeira oportunidade de questionar diretamente os adversários e apresentar seus programas de governo.

O debate foi dividido em 4 blocos. No primeiro e no segundo bloco, os candidatos responderam perguntas enviadas por internautas, ouvintes e entidades representativas do Estado. No terceiro bloco, os candidatos fizeram perguntas entre si, com tema livre. Já no quarto bloco, tiveram dois minutos para fazer as considerações finais.

Apesar de trocas de pequenas farpas, o clima entre os candidatos foi de cordialidade e troca de ideias, sem ataques de cunho pessoal.

Na primeira etapa, o questionamento mais incisivo partiu do ex-governador André Puccinelli (MDB), que replicou a Marcos Trad (PSD) sobre o contrato prorrogado com a concessionária de água de Campo Grande pelo seu irmão e ex-prefeito da Capital, Nelson Trad. “Quem o lançou como prefeito, à época, foi o senhor, então pergunte a ele, porque eu não sou o Nelsinho Trad”, retrucou o ex-prefeito da capital.

No segundo bloco, as sugestões de redução em impostos e de zerar o ICMS na conta de energia e registros de ITBI, levantadas pelas candidatas Giselle Marques (PT) e Rose Modesto (UB) foram rechaçadas e classificadas como promessas de campanha pelo candidato tucano Eduardo Riedel, que compôs o primeiro escalação do governo Reinaldo Azambuja.  “Em época de campanha todo mundo abaixa os impostos e faz de tudo de melhor”, alfinetou o candidato do PSDB.

Rose foi questionada por Puccinelli sobre ter sido preterida pelo PSDB. (Foto: Reprodução)
Rose foi questionada por Puccinelli sobre ter sido preterida pelo PSDB. (Foto: Reprodução)

O terceiro bloco, quando os candidatos ficaram livres para fazer perguntas o clima que era para esquentar, foi morno. O ex-governador André Puccinelli (MDB) questionou a Rose Modesto (UB), o porque de Reinaldo Azambuja ter escolhido Eduardo Riedel como sucessor, e não ela, que ocupou o cargo de vice-governadora pelo PSDB. “Eu estou aqui, porque quem me preferiu foi o eleitor”, disse a deputada federal. “Não poderia mesmo sendo um grande desafio, depois de 44 anos, de ter coragem de estar enfrentando um senhor, um dinossauro da política”, concluiu a candidata.

As denúncias de assédio sexual envolvendo o ex-prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), foram levantadas no terceiro bloco. Renan Contar (PRTB) questionou Trad  sobre as acusações  e sustentou que a gestão dele à frente da pandemia do novo coronavírus foi “desastrosa” e que a Capital ganhou 35 favelas durante seu mandato à frente da Prefeitura de Campo Grande.

Como replica Marquinhos,  respondeu que as denúncias são “armação” e que praticamente metade delas já foram arquivadas. “Se fosse você Contar que estivesse na minha situação, esse ataque seria contra você e eu não acreditaria porque conheço sua índole”, replicou. Quanto à pandemia, o candidato do PSD disse que “fez o melhor que pôde” e que nenhuma pessoa “morreu sem estar um leito de UTI”.

Contar levou denúncias de assédio contra ex-prefeito para o debate. (Foto: Reprodução)
Contar levou denúncias de assédio contra ex-prefeito para o debate. (Foto: Reprodução)

Plateia - Assim como no debate, o clima nos bastidores da emissora também foi ameno entre assessores, apoiadores e dirigentes das campanhas. Na maior parte do tempo os acompanhantes permaneceram calados e não houve sequer uma alfinetada ou princípio de bate-boca.

Capitão Contar e Eduardo Riedel bem no fundo do estúdio, logo após o término do debate. (Foto: Alex Machado)
Capitão Contar e Eduardo Riedel bem no fundo do estúdio, logo após o término do debate. (Foto: Alex Machado)


Confira as considerações finais dos candidatos por ordem de sorteio:

Magno de Souza (PCO) –  O líder indígena guarani kaiowá Magno de Souza, aproveitou o espaço para alertar sobre a opressão  contra os povos indígenas e demais setores oprimidos da luta pela terra, desde a violência do aparato de repressão até a falta de serviços essenciais à vida, como moradia, água encanada e energia elétrica.

Eu dou minha palavra aos indígenas, guaranis kaiowás e quilambolas que estou na luta e não foi fácil chegar aqui. Estou denunciando o que estamos passando então por isso me candidatei ao governo, para fazer a demarcação e movimentar o indígenas para colocá-los no mapa de 500 anos atrás. Eu que sofro ataques dos latifundiários e PMs quero dizer que estou junto com trabalhadores e sem terra que estão passando fome e sede", disse o candidato.

Capitão Contar (PRTB) – Com discurso de renovação e contra corrupção, o deputado estadual Renan Contar aproveitou o espaço para pedir a continuidade o atual governo do presidente Jair Bolsonaro.

“Estamos tendo a chance único de continuar a mudança que está tendo em nosso País. E aqui no Mato Grosso do Sul não pode ser diferente, não podemos mais fazer com que nossos filhos paguem os erros do passado. Já escolhemos errado, mas hoje os tempos são outros, podemos acompanhar os candidatos com as palmas das mãos veja a oportunidade que estamos tendo para fazer uma renovação, uma limpeza e dessa forma dar um choque de gestão. Chega das velhas políticas e velhas praticas, chega de tantas promessas”, discursou.

André Puccinelli (MDB) – O ex-governador André Puccinelli aproveitou o fim do encontro para lembrar feitos de sua gestão como governador, principalmente na área social, de saúde de educação.

“Não quero falar do passado, quando entregamos uma capital sem favelas, quero dizer que vamos lutar de novo para que Campo Grande, que foi descuidada depois do meu mandato possa ter o orgulho de não ter mais favelas. Quero desenvolver o estado trazendo industrias como nos fizemos em nosso governo para que com incentivos fiscais possamos gerar empregos. Na saúde, educação e assistência social quero voltar a cuidar das famílias como em meu governo”, disse o emedebista.

Adonis Marcos (PSOL) – O bacharel em direito, Adonis Marcos, se apegou nas causas sociais que são bandeiras de seu partido e em sua história de vida para discursar, principalmente, para as pessoas de baixa renda.

“Lutei muito minha vida inteira para romper alguns desafios. Sou formado e me preparei para estar aqui hoje. Transito entre a favela, sem terras e Brasília. Não estou aqui falando bonito porque isso é fácil, mas que eu sei o que vocês sentem, também sou pobre e trabalhei muito em minha vida, sou filho de agricultores. Vamos cuidar de gente, esse é nosso pacto e nosso compromisso”, frisou Adonis.

Giselle Marques (PT) – Em um discurso contra a desigualdade social, a advogada Giselle Marques criticou a alta dos alimentos e prometeu fortalecer a agricultura familiar e baixar o preço da cesta básica no Estado.

“Gostaria de lembrar que 70% do que vai para sua mesa vem da agricultura familiar, por isso vou fortalecer a agricultura familiar com créditos, insumos e assistência técnica. Quem coloca comida no prato do brasileiro merece nossa atenção e nosso cuidado. E também vou zerar o ICMS de itens da cesta básica para que as pessoas possam voltar a comer”, argumentou.

Eduardo Riedel (PSDB) – O candidato tucano Eduardo Riedel apostou em seu currículo como gestor, e em seu discurso, resgatou os avanços de Mato Grosso do Sul na atual gestão do governador Reinaldo Azambuja.

“Tenho uma vida de trabalho, nunca fui politico e nunca participei de uma eleição até ser convidado a vir ao governo do estado ajudar na gestão. Ao longo desse tempo construímos um estado que temos que se orgulhar. Temos a quarta menor taxa de pobreza o Brasil e a oitava menor taxa de concentração de renda do Brasil. Somo o estado que mais cresce no Brasil há três ano consecutivos”, elencou Riedel.

Rose Modesto (UB) – Deputada federal e ex-vice-governadora, Rose Modesto apostou em sua experiência em cargos públicos para tentar a vaga de titular no comando do Estado. Além disso, pediu a oportunidade de ser a primeira governadora mulher eleita de MS.

“Conheço os caminhos para buscar os investimentos e projetos estruturantes que Mato Grosso do Sul precisa na área de infraestrutura, turismo e principalmente na área de desenvolvimento social. Sei a dor que é ter me formado só porque fui aluna bolsista e de vive na insegurança alimentar. Não tenha medo de votar em mulher, as mulheres tem preparo, inteligência e coragem e também a sensibilidade e cuidar”, disse.

Marquinhos Trad (PSD) – Ex-prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, endereçou seu discurso as minorias, que segundo ele, colaboram com o desenvolvimento e mais precisam do governo.

“Quero agradecer ao mais simples que precisam do Estado. Aos povos originários, quilombolas, assentados, produtores e empresários que colaboram no desenvolvimento. Sei as necessidade de todas as regiões e está na hora de uma mudança de verdade, com experiência administrativa, ficha limpa, que tenha coração e pense igual a você”, salientou Trad.

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