CPI da Saúde esticará prazo para não "pecar por omissão", diz presidente
Prevista para acabar em setembro, a CPI da Saúde da Câmara Municipal de Campo Grande deve utilizar o tempo prorrogação, 60 dias, para finalizar o processo de investigação e elaboração do relatório final sobre o esquema de corrupção no tratamento oncológico na rede pública de saúde na Capital. Segundo o presidente da comissão, vereador Flávio César, os cinco integrantes estão na fase de apuração, mas o assunto é denso, complexo e, portanto, necessita maior tempo.
“Na verdade é uma dedicação diária. Quando não há oitiva estamos reunidos analisando o material disponibilizado pela Polícia Federal. Estamos fazendo de tudo para dar celeridade, mas é um assunto muito sério, não podemos pecar por omissão”, explicou Flávio referindo-se ao material ofertado pela PF em relação à operação “Sangue Frio”.
Até o momento, pessoas consideradas peças-chave na investigação foram inquiridas pelos vereadores, entre eles o ex-diretor do Hospital Universitário, José Carlos Dorsa, o ex-diretor do Hospital do Câncer, Adalberto Sifui, ambos afastados doas cargos por conta da suspeita de envolvimento no esquema, além da reitora da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Célia Correa.
Na próxima semana a comissão não fará oitivas e se dedicará exclusivamente a analise dos documentos e escutas. Na última semana de julho a ideia é convocar familiares e pacientes que estão em tratamento oncológico na rede pública, bem como parentes de pessoas que morreram enquanto eram tratadas.
Também está nos planos dos vereadores convocar os ex e atuais secretários de saúde tanto do Município quanto do Estado. Além disso, eles devem promover segunda acareação da CPI, com Adalberto Siufi e a nova direção do HC, agora comandada pelo médico Carlos Coimbra. A ex-administradora do hospital, Betina Siufi, também poderá ser convocada, conforme requereu o vereador Ademar Vieira (PSD), popularmente conhecido como Coringa.
Na primeira semana de agosto Flávio e a relatora Carla Sthapanini (PMDB) se reunirão com o ministro da Saúde Alexandre Padilha com intuito de aprofundar diálogo com a esfera federal e colher informações sobre a força-tarefa ocorrida me todo o Estado. Na ocasião, o presidente da CPI da Saúde da Assembleia Legislativa, deputado estadual Amarildo Cruz (PT) e o relator Júnior Mochi (PMDB) também estarão presentes.
Mais tempo - Caso realmente haja necessidade de utilizar os 60 dias de extensão no prazo para o término dos trabalhos da CPI, o relatório conclusivo deve ser divulgado no início de novembro. Na comissão da Assembleia Legislativa, Amarildo já confirmou que será preciso ocupar todo o tempo disponível.