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Política

Deputado pede suspensão de licença da JBS por mau cheiro causado em 5 bairros

Segundo Pedrossian, farinha de sangue e osso são os causadores do problema

Por Izabela Cavalcanti e Fernanda Palheta | 10/07/2025 12:03
Deputado pede suspensão de licença da JBS por mau cheiro causado em 5 bairros
Sede da JBS localizada na Avenida Duque de Caxias, Bairro Nova Campo Grande (Foto: Reprodução/Google Maps)

O deputado estadual Pedro Pedrossian Neto (PSD) anunciou nesta quinta-feira (10), durante sessão na Assembleia Legislativa, que vai apresentar um projeto de decreto Legislativo para suspender o processamento de farinha animal, que é feito de sangue, ovo, ossos, peles e gorduras, na JBS da Nova Campo Grande. Segundo ele, essas atividades são as principais responsáveis pelo mau cheiro que há anos incomoda os moradores da região.

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Deputado propõe suspender atividades da JBS em Campo Grande devido ao mau cheiro. Pedrossian Neto (PSD) anunciou projeto para interromper o processamento de farinha de sangue, ovo, ossos, peles e gorduras na unidade da Nova Campo Grande, apontado como causa do odor que afeta moradores há anos. A proposta visa suspender apenas parte da operação, mantendo o abate de bovinos. Moradores relatam problemas de saúde causados pelo mau cheiro. Relatos de moradores apontam dificuldades respiratórias, necessidade de uso de antialérgicos e impossibilidade de receber visitas em casa. O Ministério Público Estadual cobra informações da Planurb sobre o cumprimento das normas ambientais pela JBS. Um TAC firmado em 2023 prevê multa por descumprimento das obrigações.

“Eu não quero fechar o frigorífico, eu não quero causar danos econômicos à empresa, eu quero que ela se adeque. Queremos a suspensão parcial da operação para a fabricação da farinha de osso e a farinha de sangue. O abate de bovinos, com abate regular para 1.200 cabeças, esse continua regular, continua normal, mas, esses dois produtos não têm como ser fabricado nessas condições naquele lugar”, destacou.

Ainda de acordo com o deputado, a solução mais viável é mudar esse tipo de operação de lugar.

“Ou mudam 100 mil pessoas de lugar, ou muda essa parte da operação da fábrica. É a farinha de sangue e a farinha de osso, esses dois produtos não são a parte mais importante do faturamento da empresa, eles são extremamente fedidos, não tem outra palavra para falar isso, eles causam cheiro de ovo podre que é um ácido sulfídrico, tem putrescina, tem uma série de outras cadaverina, são compostos químicos, porque eles são restos animais que causam um odor absolutamente insuportável”, completou.

Pelo menos 5 bairros são diretamente afetados: Nova Campo Grande, Copa Trabalho, Jardim Carioca, Jardim Itália e Inápolis, segundo Pedrossian.

Durante a sessão, moradoras da região também relataram os efeitos do problema no dia a dia. A aposentada Célia das Neves, de 58 anos, disse conviver com o mau cheiro há 35 anos.

“O mau cheiro é constante, principalmente na hora do almoço e ao entardecer. Causa falta de ar, as crianças têm que tomar antialérgico”, lamentou.

A aposentada Maria Cristina Alves, de 61 anos, e a administradora Cleonice Pereira, de 45, também reforçaram os apelos por providências.

“O mau cheiro é muito desagradável. Precisamos ter qualidade de vida, não estamos preocupados com indenização, mais uma vez estão tentando buscar uma solução. À noite, o cheiro é pior e muitas vezes não conseguimos jantar”, reclamou.

Cleonice também diz que é difícil até receber visita em casa. “O cheiro é muito forte, causa náusea. Não conseguimos nem receber visitas”, completou.

O Campo Grande News entrou em contato com a JBS sobre a situação e aguarda o retorno.

Outra unidade - O MPMS (Ministério Público Estadual) cobrou a Planurb (Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano) para informar se a JBS, localizada no Núcleo Industrial, está cumprindo as obrigações.

Uma das questões a serem analisadas pelo órgão municipal é se houve algum lançamento de efluente em desconformidade com as normas ambientais.

Em fevereiro do ano passado, o MPMS firmou um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com o frigorífico.

Conforme estabelecido na época, o descumprimento das obrigações implicaria em multa de 200 Uferms (Unidade Fiscal Estadual de Referência de Mato Grosso do Sul), ou seja R$ 9,6 mil, se considerar o valor de R$ 48,42 de fevereiro do ano passado.

Também ficou acordado que a JBS deveria doar ao Fundo Municipal de Meio Ambiente de Campo Grande, a quantia de R$ 70 mil, por ter descumprido condicionante da licença de operação.

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