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Política

Do turismo à agroindústria: pré-candidatos mostram caminhos para gerar empregos

No mapa do trabalho, pior resultado foi para o município de Sonora, que perdeu 324 vagas

Aline dos Santos | 13/06/2022 12:00
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

Mato Grosso do Sul terminou o ano de 2021 com saldo positivo na geração de empregos. No período, foram 36,3 mil novas oportunidades de trabalho com carteira assinada.

De acordo com a Semagro (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), o desempenho ao longo dos 12 meses de 2021 foi 6,9% superior ao registrado em igual período de 2020.

O cenário mostra resiliência da economia nos duros anos de pandemia do coronavírus. As estatísticas tem como fonte o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgado pelo governo federal.

Na geografia do emprego, Campo Grande apresentou melhor resultado com geração de 13.369 novos postos formais.

Na sequência, surgem Dourados (4.038), Três Lagoas (2.590), Corumbá (1.767), Ribas do Rio Pardo (1.215), Ponta Porã (1.189), Aparecida do Taboado (902), Maracaju (754) e Rio Brilhante (638). O pior resultado foi para o município de Sonora, que perdeu 324 postos formais.

A geração de empregos foi liderada pelos setores de comércio e serviços. Na conjuntura do mercado de trabalho, um dos estímulos vem da política de incentivos fiscais. Em seis anos, o Estado recebeu investimentos privados que ultrapassaram R$ 33 bilhões, com a geração de 23 mil empregos diretos.

O Campo Grande News questionou os pré-candidatos sobre a distribuição de emprego pelas cidades de MS e como levar desenvolvimento para o norte, região que fica fora da rota dos grandes investimentos.

André Puccinelli (MDB)

Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

Quando fui governador (2007-2014), fiz grandes investimentos na infraestrutura da nossa região norte, o que é a base inicial para fortalecer e implantar, de fato, o desenvolvimento regional. Nesse período, liguei por asfalto todos os 79 municípios de Mato Grosso do Sul. Asfaltamos, por exemplo,  as estradas de Alcinópolis até divisa com Mato Grosso, de  Coxim a Alcinópolis, Alcinópolis a Figueirão, Figueirão a Camapuã, São Gabriel do Oeste a Rio Negro, além de outras.

Foram obras que geraram empregos imediatos para centenas de trabalhadores locais. Investir em infraestrutura será novamente a base do meu programa de governo, pois cria empregos imediatos, atrai empresas, espalha o desenvolvimento para todas as regiões e traz o progresso sustentável e permanente tão sonhado pelos sul-mato-grossenses. Ao lado dessa iniciativa, apresentar uma política de incentivos fiscais e de desburocratização para facilitar a instalação de novas empresas no Estado, como fizemos em Três Lagoas, por exemplo em nosso mandato.

Uma terceira iniciativa será oferecer crédito subsidiado aos pequenos e médios comerciantes e prestadores de serviço, que tanto sofreram, e continuam sofrendo, com as consequências da pandemia. São eles os maiores geradores de emprego na economia. Com essas medidas, damos um primeiro e importante passo para criação de empregos em nosso Estado.

Rose Modesto (União Brasil)

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Cada região tem vocações que, ao serem estrategicamente desenvolvidas, funcionam como engrenagens, giram a roda da economia do Estado e fazem todos prosperarem juntos. É dever do governo estadual planejar, organizar e comandar essas dinâmicas.

 Agora, quando uma região fica para trás, é sinal que o governo falhou nessa missão e o resultado é o crescimento desordenado e o aumento das desigualdades. A região norte tem vocação para inúmeras atividades econômicas que podem gerar emprego e renda para seus municípios. As cadeias de produção, industrialização e comercialização de carne suína, frutas, peixe em cativeiro e o turismo são algumas das possibilidades.

A região pode se tornar, ainda, corredor de acesso do Centro-Oeste até a Rota Bioceânica, para o comércio com países asiáticos, latinos e norte-americanos. Cabe ao governo estadual criar condições para que a região norte aproveite bem essas oportunidades.

E como vamos fazer isso? Preparando trabalhadores de lá, em parceria com as prefeituras ou com o Sistema S, melhorando a infraestrutura dos municípios e melhorando as políticas de incentivos para as empresas. Primeiro, vamos apoiar empresas locais e, depois, as de fora.

Para os grandes empreendimentos, entre as contrapartidas do incentivo recebido, vamos determinar que esses empreendimentos também incluam a qualificação de mão de obra local para assegurar que os empregos fiquem realmente com moradores de lá. E o mais importante: vamos fiscalizar o cumprimento, à risca, dos contratos de incentivo.

Capitão Contar (PRTB)

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O primeiro passo é criar um ambiente favorável em Mato Grosso do Sul. Tornar o Estado mais leve, com uma tributação mais justa, desburocratizar, modernizar e tornar mais transparente as políticas de benefícios fiscais, estimular nossas potencialidades e dinamizar as cadeias produtivas, impulsionando o turismo, atraindo empresas, indústrias e apoiando os empreendedores locais.

Temos municípios com potencial turístico muito pouco explorado, mas que poderiam se beneficiar com a implantação de infraestrutura e empreendimentos voltados para o setor, isso atrai investimentos, cria oportunidades de empregos e de negócios, movimenta a economia e gera desenvolvimento.

Sonora, por exemplo, tem vocação econômica para agroindústria, mas poderia diversificar e abrir novas portas para o turismo também. Rio Verde de MT, Coxim, Costa Rica e assim por diante, municípios que poderiam estar melhor inseridos em rotas turísticas e teriam muito para se desenvolver por este caminho.

É importante melhorar a infraestrutura e logística, ter políticas públicas que estimulem a mão de obra qualificada, dar apoio às micro, pequenas e médias empresas, buscar e estimular a inovação e o desenvolvimento tecnológico. Isso precisa ser feito em cada um dos 79 municípios do Estado, pensando no que é melhor para Mato Grosso do Sul, valorizando o potencial de cada região.

Giselle Marques (PT)

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A região norte do Mato Grosso do Sul está abandonada pelo Poder Público. Prova disso é que o frigorífico de Coxim está fechado, gerando ainda mais desemprego, enquanto o Rio Taquari agoniza. O plantio de soja e cana estão ocorrendo sem a exigência de estudos e de compensação ambiental. A rede hoteleira clama por socorro.

Como governadora, pretendo investir em políticas de turismo de base territorial, aproveitando as vocações locais e o sentimento de pertencimento das comunidades, criando circuitos turísticos que aproveitem as pinturas rupestres em Alcinópolis; serras, morros, vegetação exuberante, e o potencial dos rios, muitos dos quais possuem águas cristalinas e belas cachoeiras, como em Rio Verde, Pedro Gomes e Costa Rica.

Pretendo articular com o presidente Lula a infraestrutura necessária, com a construção de aeroportos e a duplicação da BR 163, que ficou conhecida como “rodovia da morte”, ante à inércia do governo em adotar medidas para evitar acidentes.

Quando o PT governou, construímos no norte o Instituto Federal, a UEMS e a UFMS. Precisamos buscar empresas que precisam da mão de obra qualificada que está sendo formada nessas instituições, como a indústria da tecnologia por exemplo. O saber produzido nessas instituições vem sendo ignorado pelo governo. É um mito pensar que as indústrias que estão chegando estão gerando empregos no MS.

No caso de Ribas do Rio Pardo, por exemplo, a construção do parque industrial está sendo executada por “barrageiros”, cerca de cinco mil homens que são trazidos de ônibus do Maranhão, Pará. O governo de MS não investiu na qualificação da nossa mão de obra local.

Eduardo Riedel (PSDB)

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Estamos ouvindo as demandas prioritárias dos(as) sul-mato-grossenses, que vão servir de base para a construção do plano de governo ousado, mas realista, que será apresentado à sociedade no momento oportuno. Todavia, como a própria pergunta mostra, MS vem tendo um desempenho superior ao restante do País, encabeçando o ranking nacional de crescimento do PIB, e sendo o 3º estado brasileiro com a menor taxa de desemprego, números que mostram que o modelo de gestão implementado com a nossa participação e coordenação à frente da Secretaria de Governo e, posteriormente, Infraestrutura, tem gerado resultados muito efetivos e positivos à população, mesmo em um cenário desafiador, de crise e pandemia!

No entanto, temos consciência de que há um longo caminho a percorrer, na direção de uma distribuição mais justa e equânime dos resultados deste processo de crescimento sustentado. Precisamos de um grande esforço de qualificação de mão de obra para o aproveitamento de empregos de mais qualidade, que pagam melhores salários. Este é o grande desafio à frente e o salto que ainda precisamos vencer.

O Estado está mudando de patamar e este processo vai gerar milhares de oportunidades de desenvolvimento econômico , social e humano. Essa lógica vale para todo o Estado, inclusive a região norte, e é fruto da crescente diversificação da nossa produção e economia.

Marquinhos Trad (PSD)

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Nosso programa de governo é elaborado a partir da regionalização. Vamos levar em conta as vocações de cada região do Estado, respeitando suas peculiaridades, sejam elas culturais, sociais, ambientais e econômicas. A geração de emprego se dará também levando em consideração as realidades.

Na região norte, sabemos da forte presença da agropecuária e produção de grãos. Para gerar empregos, vamos atrair frigoríficos e indústrias de ração animal. A agroindústria já é uma realidade na região, mas precisa ampliar e de mais apoio do governo para isso. Os atuais programas de incentivos fiscais são nebulosos, acanhados e não levam em consideração a realidade da região. Vamos mudar essa lógica.

Sabemos também que não é apenas a agricultura e a pecuária que movimentam a economia da região e que geram emprego. Há o setor de serviços, o comércio e em alguns locais como Rio Verde devemos incentivar o turismo, os meios de hospedagem e toda a cadeia que se desenvolve em torno. Em Sonora vai ser necessário incentivar empresas que processem cana de açúcar como o setor de usinas de açúcar e álcool.

Temos um campus da UEMS em Coxim onde há cursos de ciências biológicas e gestão ambiental, importantes para a região. Precisa de curso de turismo ou de administração, por exemplo. A UEMS também será um vetor de desenvolvimento econômico e geração de emprego e renda para as pessoas da própria região. Temos também que pensar no ensino técnico para que haja interesse das empresas em virem pro Estado. Vamos aprimorar a questão dos incentivos e aliar outras políticas que contribuam para a região.

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