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Política

Documento revela pagamento de R$ 2,5 milhões da Odebrecht para Delcídio

Planilha mantida sob sigilo pelo STF lista montantes e nomes de intermediários de políticos que receberam propina ou caixa 2

Anahi Zurutuza | 22/04/2019 08:55
Delcídio do Amaral em entrevista ao Campo Grande News no ano passado (Foto: Marina Pacheco/Arquivo)
Delcídio do Amaral em entrevista ao Campo Grande News no ano passado (Foto: Marina Pacheco/Arquivo)

Uma planilha da transportadora de valores que operou para a Odebrecht em São Paulo indica que ao menos 187 entregas de dinheiro a políticos, marqueteiros e agentes públicos na capital paulista, entre setembro de 2014 e maio de 2015. A soma de R$ 2,5 milhões foi entregue a uma intermediária do senador cassado Delcídio do Amaral (PTC).

Conforme apurou o jornal O Estado de S. Paulo, o arquivo, que é mantido sob sigilo pelo STF (Supremo Tribunal Federal), revela os nomes dos intermediários que teriam recebido propina ou caixa 2 de campanha e os endereços onde os valores delatados há dois anos pela empreiteira foram pagos.

Ainda de acordo com a reportagem, mulher identificada apenas como Elizabeth Oliveira recebeu cinco remessas de R$ 500 mil em três hotéis da Vila Olímpia, na zona sul. Estas entregas tinham como destino o então senador pelo PT de Mato Grosso do Sul. Na Odebrecht, Delcídio foi apelidado de Grisalhão.

O Estadão detalhou o “caminho do dinheiro”. Segundo a apuração, os recursos são sobras de contratos superfaturados e os pagamentos feitos por meio de offshores (contas de doleiros no exterior), doleiros que providenciavam dinheiro em espécie com lojistas da 25 de Março ou transportadoras.

O documento em questão indica 187 pagamentos que somam R$ 97,5 milhões a pessoas ligadas a 57 políticos.

O material é considerado uma das provas mais importantes recolhidas pela força-tarefa da Lava Jato, uma vez que alguns acusados que já foram presos, como o ex-marqueteiro de campanhas petistas João Santana, confirmaram as datas e os valores que estão na planilha em suas delações premiadas.

A defesa de Delcídio preferiu não comentar o assunto. O Campo Grande News tentou falar com o ex-senador pelo celular, mas o telefone estava desligado.

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