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Política

Em Campo Grande, ministro afirma que secretaria indígena não será extinta

Índios fizeram protesto na BR-262, em Miranda, contra intenção anunciada pelo Ministério da Saúde

Mayara Bueno | 29/03/2019 18:34
Ministro Luiz Henrique Mandetta (no meio) durante audiência na Assembleia Legislativa de MS. (Foto: Kísie Ainoã).
Ministro Luiz Henrique Mandetta (no meio) durante audiência na Assembleia Legislativa de MS. (Foto: Kísie Ainoã).

Em Campo Grande nesta sexta-feira (dia 29), o ministro Luiz Henrique Mandetta confirmou que não vai extinguir a Sesai (Secretaria de Saúde Indígena). A intenção, até então cogitada, foi alvo de protesto de índios terena das aldeias Ipegue, Limão Verde e Cachoerinha, na BR-262, em Miranda, nesta sexta-feira (dia 29).

“O que havia de sugestão, como estamos criando a secretaria nacional de atenção, que vai trabalhar com distritos sanitários muito semelhantes aos distritos sanitários indígenas, era de somar, colocar junto, pois ganharíamos poder de gestão, de compra, controle necessário. Compra de medicamentos para um número 'x' de indígenas é muito mais caro do que comprar para todo mundo, ganharíamos agilidade”.

Contudo, acrescenta, a população indígena não concorda com a mudança em virtude da “ história cultural de muitas perdas que [os índios] sempre tiveram”. “Vamos manter, agora fazendo medidas que possam dar melhor controle do dinheiro público e melhor agilidade”. Mesmo com o anúncio de que o Ministério da Saúde não iria extinguir a Sesai, nesta manhã, os índios mantiveram o bloqueio na rodovia.

O ministro veio a Campo Grande hoje para participar do I Encontro Público/Privado sobre Doença Renal Crônica e Terapia Renal Substitutiva, realizado na tarde de hoje na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul.

Trauma – Com a falta de repasse ao Hospital do Trauma, prédio anexo à Santa Casa construída para tratamento de ortopedia, o tema foi novamente falado por Mandetta. O ministro voltou a falar que falta, por parte da instituição de saúde, a indicação de um plano sobre o que será feito com as vagas ocupadas hoje pelos pacientes de trauma, que serão transferidos para a unidade nova.

“Serão feitas cirurgias eletivas, acréscimo de leitos para o SUS (Sistema Único de Saúde) ou serão reservados para iniciativa privada? Qual o projeto?”, questiona. Sobre a necessidade de reequilíbrio financeiro da Santa Casa, Luiz Henrique Mandetta afirmou que o ministério “pode ser parceiro para a solução”, mas a pasta federal não é “uma instituição financeira para fazer frente a buracos financeiros”.

O hospital alega que precisa de R$ 6 milhões por mês para atender os pacientes na capacidade com que a unidade foi construída. Cabe município, segundo o ministro, resolver a situação envolvendo a Santa Casa. "A questão é municipal, precisa de um projeto sustentável".

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