Em casa de ex-traficante, núcleo de inteligência de MS será o 1º do Brasil
O governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), oficializou em Brasília, nesta terça-feira (6), a implantação de um núcleo de inteligência custeado pelo Governo Federal para reforçar a segurança e combater crimes da região de fronteira. Haverá outras quatro bases semelhantes em outros estados, mas a que será instalada em Campo Grande é a primeira do país.
No local, conforme já havia sido divulgado pelo Campo Grande News, trabalhará uma equipe composta por dez policiais militares, dez policiais civis, dez policiais federais e seis policiais rodoviários federais, totalizando 36 pessoas para ao menos reduzir a entrada de entorpecentes e armas no país pelas cidades fronteiriças.
O assunto foi tema de uma audiência agendada por Azambuja com o ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes. Participou da reunião o secretário estadual de Justiça e Segurança Pública do estado, José Carlos Barbosa.
De acordo com a assessoria de imprensa do governo, o Governo Federal encaminhará o contingente para Mato Grosso do Sul logo após a Paralimpíada, que começa amanhã, no Rio de Janeiro, e vai até o dia 18 de setembro.
O núcleo será montado na mansão luxuosa onde vivia o traficante Odir Fernando dos Santos Corrêa, preso durante a operação Nevada. A informação foi confirmada pelo juiz federal Odilon de Oliveira, que autorizou a cedência do imóvel depois que o pedido obteve também anuência do MPF (Ministério Público Federal). Paraná, Mato Grosso, São Paulo e Rio de Janeiro devem ter bases semelhantes.
Presídios – Ainda de acordo com material divulgado pelo governo, o ministro recebeu com muita atenção as reivindicações e prometeu ainda ajudar Mato Grosso do Sul em relação ao sistema prisional. O Ministério da Justiça prepara pregão para aquisição de tornozeleiras eletrônicas que serão fornecidas ao estado. A medida vai ajudar a desafogar os presídios.
Mato Grosso do Sul tem 7.354 vagas nos presídios estaduais, mas o sistema penitenciário abriga 15.628 presos, 40% deles condenados por tráfico de drogas. A manutenção desses presos custa aos cofres estaduais R$ 126 milhões por ano.
Para o governador, o justo é que uma parte dos presos seja transferida aos presídios federais e a União ajude na manutenção da massa carcerária.