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Política

Empresário de MS confirma que recebeu R$ 500 mil do caixa dois petista

Waldemar Gonçalves | 15/12/2015 16:06
Giovane, Alex do PT e Vander Loubet: laços com os petistas (Reprodução)
Giovane, Alex do PT e Vander Loubet: laços com os petistas (Reprodução)

O produtor de vídeo e empresário campo-grandense Giovane Favieri, marqueteiro que já atuou em diversas campanhas políticas em Mato Grosso do Sul e prestou serviços a gestões anteriores no governo estadual, confirma ter recebido R$ 500 mil do caixa dois do Partido dos Trabalhadores em 2004.

Favieri falou ao jornal Folha de S. Paulo sobre o assunto, após ser citado em depoimento de José Carlos Bumlai à Polícia Federal, prestado na segunda-feira (14), referente a um empréstimo de R$ 12 milhões, junto ao banco Schahin, feito para bancar despesas de campanhas eleitorais petistas à época. O empresário, segundo o pecuarista, participou de reuniões nas quais o repasse teria sido acertado entre a instituição financeira e o partido.

À Folha, Favieri, ex-dono da produtora VBC, diz que os R$ 500 mil foram pagos por serviços prestados à campanha de Dr. Hélio (PDT) à Prefeitura de Campinas, candidato então apoiado pelo PT. “É óbvio que o pagamento foi feito no caixa dois. Naquela época, não havia tanta preocupação com isso. Caixa dois era quase uma contravenção”, diz ele.

O empresário nega, no entanto, que tenha participado de reunião com Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, para acertar o empréstimo. “Eu soube que estava sendo feita uma operação para pagar a dívida de campanha, mas não conheço detalhes. Os rumores que a gente ouvia era que o Bumlai teria o Dr. Hélio. Fiquei sabendo que o banco poderia ajudar a pagar a dívida, mas não sei como ele poderia fazer isso”.

Atualmente, Favieri diz que trabalha com locação de veículos. “É para não correr riscos. Porque fazer campanha política virou uma profissão de riscos”, disse à Folha, que cita o empresário como alguém desiludido com o modo de atuar nas disputas eleitorais.

No depoimento à PF, Bumlai, preso desde 24 de novembro em decorrência da Operação Lava-Jato, mudou a versão inicial sobre o empréstimo, de que seria para a compra de uma fazenda. Segundo ele, metade do dinheiro teria ido para o PT de Santo André, município da Grande São Paulo, e a outra parte para o diretório em Campinas (SP).

Antigo sócio de Favieri, Armando Peralta Barbosa, também citado por Bumlai, não comentou o assunto até o momento. Ambos teriam negócios com o banco Schahin, ao passo que o empréstimo direcionado para o caixa dois do PT seria, anos depois, compensado com um contrato bilionário de empresa do grupo com a Petrobras.

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