Ex-diretor contra-ataca e quer sabe onde foi parar verba de corredores de ônibus
João Rezende reclamou da falta de questionamentos a quem administrou a cidade ao longo dos anos
Durante a oitiva desta segunda-feira (16) na CPI do Transporte, o ex-diretor do Consórcio Guaicurus, João Rezende, criticou os vereadores da comissão por, segundo ele, ignorarem falhas da Prefeitura de Campo Grande no cumprimento do contrato de concessão do transporte coletivo.
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Durante a CPI do Transporte, o ex-diretor do Consórcio Guaicurus, João Rezende, criticou a comissão por não investigar falhas da Prefeitura de Campo Grande no cumprimento do contrato de concessão do transporte coletivo. Ele destacou que o contrato, originado no PAC da Mobilidade, previa a construção de 58 km de corredores de ônibus, mas apenas 6 km foram executados. Rezende questionou a falta de investigação sobre o uso de R$ 120 milhões recebidos pela prefeitura para as obras e afirmou que, apesar das dificuldades financeiras, o consórcio cumpriu suas obrigações. Ele lamentou a postura da CPI, que, segundo ele, prefere tratar o consórcio como vilão, enquanto a prefeitura não cumpre o contrato.
Ainda em resposta aos questionamentos da vereadora e relatora Ana Portela (PL), Rezende afirmou que o contrato teve origem no PAC da Mobilidade, programa federal criado em 2011 para financiar obras de infraestrutura urbana. A Prefeitura aderiu ao programa e elaborou o edital de concessão que resultou na formação do consórcio.
"O contrato foi feito com base em um projeto da prefeitura junto ao PAC da Mobilidade. A administração se comprometeu com obras e investimentos que nunca saíram do papel. E o mais grave: essa CPI não faz uma pergunta sequer sobre isso", disparou.
Segundo ele, o contrato previa a construção de 58 km de corredores exclusivos para ônibus, quatro novos terminais e a reforma do Terminal Morenão, com financiamento de R$ 120 milhões da Caixa Econômica Federal. No entanto, até hoje apenas 6 km foram executados.
"Os senhores não se preocuparam em saber onde está esse dinheiro. A prefeitura recebeu o recurso e não entregou as obras. Por que isso não está sendo investigado?", questionou, dirigindo-se diretamente aos vereadores.
Ele também lembrou que, já no início do contrato, o consórcio cumpriu suas obrigações com a entrega de uma frota nova, com idade média de 3,8 anos e pagamento de R$ 20 milhões pela outorga onerosa, o dobro do valor mínimo exigido no edital.
Além disso, afirmou que, mesmo com prejuízo acumulado nos últimos anos, o Consórcio Guaicurus nunca deixou de operar e de prestar contas aos órgãos reguladores. "A prefeitura não cumpre o contrato, mente ao Judiciário dizendo que cumpre, e ainda deixa o sistema sucatear sem dar respostas. Mas a CPI prefere nos tratar como vilões", concluiu.
Neste momento, o presidente da comissão Lívio Leite, o vereador Dr. Lívio (União Brasil), interrompeu a fala de João Rezende e os ânimos se exaltaram. Diante da tensão, o ex-diretor optou por permanecer em silêncio, exercendo o direito de não responder.
As declarações do ex-diretor presidente do Consórcio Guaicurus estão disponível no canal da Câmara Municipal (clique aqui).
Corredores de ônibus - Prometida há mais de uma década, a implantação dos corredores exclusivos para ônibus em Campo Grande segue incompleta. Das obras previstas, apenas o da Rua Rui Barbosa e Brilhante foram entregues. O atraso gera críticas de comerciantes, moradores e usuários do transporte coletivo, que convivem com canteiros abandonados, prejuízos ao comércio e aumento de acidentes em áreas já implantadas.
A última atualização das obras foi há alguns meses, quando retomaram as construções dos pontos da Rua Marechal Deodoro, entre os terminais Aero Rancho e Bandeirantes.
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