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Política

Flagrado em conversa sobre Lava Jato, Jucá diz que diálogo foi "algo banal'

Ministro do Planejamento sugere pacto para barrar investigação

Mayara Bueno | 23/05/2016 10:13
Ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB). (Foto: Agência Brasil).
Ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB). (Foto: Agência Brasil).

Flagrado em conversa suspeita, em que sugere tentativa de impedir a Lava Jato, o ministro do Planejamento, Romero Jucá, disse que falava sobre a crise econômica do País e que considera o diálogo “algo banal”. Nesta segunda-feira (23), foi divulgada conversa em que Jucá, que é senador licenciado, sugere a existência de um pacto para obstruir a investigação, dizendo que seria preciso “estancar a sangria”. O diálogo aconteceu com o ex-presidente da Transpetro (Petrobras Transporte S.A), Sérgio Machado.

Também primeiro vice-presidente do PMDB, Jucá é alvo de dois inquéritos no STF (Supremo Tribunal Federal) que investigam suspeita de que ele recebeu propina do esquema de corrupção que atuava na Petrobras. Segundo informações do G1, o ministro disse que considera algo banal porque já teria dito o que está na gravação em todas as entrevistas concedidas.

Segundo a reportagem da Folha de São Paulo, nesta segunda-feira, Romero Jucá sugeriu na conversa que uma “mudança” no governo federal resultaria em um pacto para “estancar a sangria” representada pela Lava Jato. No Senado, o ministro foi um dos principais articuladores do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT).

Já o ex-presidente da Transpetro diz ao ministro que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, queria pegar Jucá e outros parlamentares do PMDB investigados na Lava Jato. O ex-dirigente afirmou, ainda, que novas delações não deixariam "pedra sobre pedra". Jucá concordou que o caso de Sérgio Machado não poderia ficar nas mãos do juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância.

Ainda segundo a Folha, o ministro disse que, em um eventual governo de Michel Temer, o que se efetivou, deveria construir um pacto com o STF. A conversa teria ocorrido em março passado e, por enquanto, o ministro nega que poderá deixar o cargo, em virtude da divulgação da gravação.

*Matéria editada para correção de informação às 10h34.

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