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Política

JBS doou R$ 16 milhões à campanha eleitoral de quatro partidos em MS

Aline dos Santos | 18/05/2017 11:37
JBS domina cenário da carne em Mato Grosso do Sul. (Foto: André Bittar)
JBS domina cenário da carne em Mato Grosso do Sul. (Foto: André Bittar)

A JBS S/A, protagonista da delação premiada que ameaça Michel Temer (PMDB) na presidência e que aponta propina para 1.890 políticos, doou R$ 16 milhões para as campanhas de governo e Senado em 2014 no Estado.

O maior valor foi para o PSDB: R$ 10,5 milhões. Conforme consulta ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o montante foi em cinco doações destinadas à direção nacional do partido. Foram quatro repasses de R$ 2,5 milhões e um de R$ 500 mil.

Na sequencia, está PMDB, que recebeu R$ 5 milhões. Neste caso, há suspeita que a fonte seja dinheiro de propina após a empresa obter isenção fiscal em acordo com o governo na gestão de André Puccinelli (PMDB).

Há uma semana, a 4ª fase da operação Lama Asfáltica, realizada pela PF (Polícia Federal), cumpriu mandados de busca e apreensão em duas unidades da JBS em Campo Grande e na sede em São Paulo. A direção do partido negou irregularidades e que até 2014 doações de empresas eram permitidas na Justiça Eleitoral.

A campanha do PP também teve doação da empresa, com valor de R$ 400 mil. Para o PT, foram R$ 154 mil.

O grupo JBS, companhia que em 2015 registrou receita líquida de R$ 163,9 bilhões, domina o cenário da carne. Em março, quando foi alvo da operação Carne Fraca, o setor em Mato Grosso do Sul temeu a maior crise da história devido à liderança da companhia no segmento. São dez unidades no Estado. O grupo também é dono da Eldorado Celulose, em Três Lagoas.

Delação - O presidente Michel Temer (PMDB) foi flagrado em uma gravação feita pelos irmãos Joesley e Wesley Batista autorizando o deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) a intermediar a resolução de um assunto relativo a holding J&F. O parlamentar foi filmado pela Polícia Federal recebendo propina de R$ 500 mil.

Na deleção premiada dos irmãos Batista, eles ainda contam que disseram para Temer que estavam pagando uma mesada para ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e ao operador Lúcio Funaro para permanecerem calados na prisão. A situação foi incentivada por Temer, que afirmou o pagamento deveria ser mantido. Nesta quinta-feira, a empresa informou que não vai se manifestar sobre a delação. 

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